Em assembléia realizada na manhã desta sexta-feira, dia 18, os trabalhadores dos três turnos da Bosch votaram a pauta de reivindicações junto com a diretoria do SMC. O principal tópico debatido foi a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que há três anos não registra aumento. Os metalúrgicos exigem 30% a mais que a PLR atual, com o objetivo de compensar os três anos sem reajuste. Outro tópico não atendido pela Bosch é o aumento salarial, prometido desde outubro do ano passado. “Existe esta tabela da política salarial, mas infelizmente a empresa não cumpre o que está escrito”, desabafa Alicate, diretor do SMC. 

Ele ainda reforça o problema da onda de demissões: “Na verdade, o que está havendo é uma redução de custo, eles mandam quem ganha mais embora para contratar quem ganha o piso da categoria e sem justificativa”. A empresa já mandou embora 170 trabalhadores desde janeiro deste ano e, ao mesmo tempo, contratou cerca de 250 funcionários.  De acordo com Alicate, a solução é implantar a convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que cria novas regras e dificulta as demissões sem justa causa. Outra questão colocada em pauta foi a do assédio moral.

O novo modelo de produção da Bosch faz com que o metalúrgico opere três ou quatro máquinas sob pressão dos gerentes, ocasionando Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e depressão. A folga do dia 2 de maio também foi reivindicada pelos funcionários. Na próxima terça-feira, dia 22, o SMC se reúne com a Bosch para procurar alguma solução. O prazo termina dia 25 de abril, data em que os trabalhadores votarão em assembléia, às 6 horas da manhã, a proposta da empresa.