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Saiba como foram os debates e propostas do 2º Encontro de Comunicação CNTM

Dirigentes e assessores de imprensa de entidades filiadas à Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) participaram nesta quinta-feira, 22 de março, do 2º Encontro Nacional de Comunicação e Sindicalismo.

O evento, realizado na sede da Força Sindical, em São Paulo, teve objetivo de debater a comunicação no País e o jornalismo sindical como instrumento de informação e mobilização da categoria metalúrgica representada pelas entidades filiadas à Confederação.
Miguel Torres, presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, abriu os trabalhos com uma visão crítica sobre a falta de espaço nos veículos tradicionais de comunicação de massa.
“A mídia tira o trabalhador da pauta. Como vamos discutir, por exemplo, a desindustrialização, se os maiores anunciantes da mídia são importadores?”, indaga Miguel Torres, reafirmando que mesmo diante das dificuldades, e de um momento político importante, desafiador, é preciso agir e investir em comunicação.

Luiz Carlos de Miranda, secretário de Relações Públicas da CNTM, disse querer avaliar as novas sugestões dos participantes do Encontro e trabalhar para ampliar as conquistas.
“A comunicação é um instrumento importante para a categoria metalúrgica. Defendo, porém, além das questões específicas dos trabalhadores nas portas de fábrica, a divulgação de conteúdos que tenham um maior alcance social para toda a família metalúrgica na sociedade como, por exemplo, campanhas de esclarecimento sobre os problemas causados pelas drogas”, afirma Luiz Carlos, que também é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e deputado estadual de Minas Gerais.

Carlos Cavalcante de Lacerda, Secretário para Assuntos Parlamentares da Confederação, destacou a importância da comunicação na organização dos trabalhadores e criticou a falta de espaço na mídia para notícias positivas com relação à região norte.
Pedro Celso Rosa, Secretário-Geral da CNTM, falou das ferramentas que a imprensa sindical tem para informar os trabalhadores e da necessidade de coragem para dizer a verdade. Ele citou o fato de os metalúrgicos do Paraná decidirem que a reivindicação da PLR será com base na lucratividade das empresas. No caso da Renault em 2011, apesar de os trabalhadores terem conquistado R$ 61 mil e 500 de PLR, na prática receberão R$ 41 mil devido ao desconto do IR.

A presidente da Força Sindical Bahia, Nair Goulart, destacou a necessidade da comunicação para o movimento sindical. “A internet está instalada em todas as regiões e podemos comunicar ações de um sindicato para outro”, disse.
Carlos Albino, 1º Secretário de Finanças da CNTM e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão, Goiás, destacou as novas mídias como instrumentos fundamentais para o rápido intercâmbio de informações entre as entidades sindicais.
Manuel Campos, do IG Metall (Sindicato Nacional dos Metalúrgicos na Alemanha), que está no Brasil a serviço da FITIM (Federação Internacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) para coordenar o trabalho de redes sindicais, e Roberto Anacleto, Assessor Técnico do Dieese (Subseção CNTM), também tiveram importante participação nos debates.
O consultor político da Força Sindical, João Guilherme Vargas Netto, com o tema “Importância da Comunicação na Organização do Movimento Sindical Brasileiro”, declarou que atualmente é assimétrica a relação entre movimento sindical e o sistema comunicacional.

Para ele, a mídia teve uma fase de deslumbramento, com entrevistas dos sindicalistas, depois de convivência e, agora, de estranhamento. “A grande mídia desconhece o tema trabalhador, ataca as ações sindicais e esta negatividade é mais que estranhamento, é uma violência”, disse.
Nestes termos, avalia João Guilherme, é preciso debater como melhorar e fortalecer a comunicação sindical e valorizar as conquistas econômicas, políticas e sociais da classe trabalhadora. Ele aproveitou para sugerir à CNTM a criação de um veículo com o nome de “Observatório Metalúrgico”, com notícias sobre a situação do ramo metalúrgico, investimentos no setor, salários, ações e conquistas.

O jornalista Mino Carta, diretor de Redação da Revista Carta Capital abordou o tema “Mídia Atual Brasileira”. Mino afirmou que a “grande imprensa” não noticia a classe trabalhadora porque “o Brasil não vive uma democracia autêntica, temos muitas desigualdades sociais e resistência da classe dominante“
“Tivemos uma colonização predatória e três séculos e meio de escravidão (que foi a pior desgraça que o Brasil já viveu), uma independência que ninguém sabia que tinha acontecido, uma proclamação da República feita por generais, ditaduras, a frustração das Diretas Já, um movimento autenticamente popular, e o retorno a uma pretensa democracia, de cima para baixo”, destacou.
“Vivemos a prepotência inesgotável dos herdeiros da casa grande condenando a maioria, o povo, à ignorância total, como herdeiros da senzala, sem conhecer a cidadania”. Isto tudo, graças à concentração da mídia brasileira num País ainda não democrático. A regulamentação da mídia não acontece porque a maior parte da classe política é dona de meios de comunicação.  

Para Mino Carta a história do trabalhador está sendo esquecida, mas a Internet pode ser um caminho novo e revolucionário, com espaços que a mídia tradicional não consegue alcançar e onde a comunicação sindical pode ganhar força. “A grande mídia, que eu considero muito pequena, não está preocupada com sites”, alerta.
Carta acredita que a classe trabalhadora só terá espaço adequado na mídia quando o País tiver uma democracia plena e as ações sindicais forem incluídas nas pautas diárias dos jornais, como ocorre em outros países.

O jornalista João Franzin, da Agência Sindical, propôs um banco de dados com informações sobre os profissionais que fazem a comunicação sindical na base metalúrgica da CNTM, a criação de rádio web, com notícias 24h, e um programa específico sobre comunicação sindical da CNTM em seu programa de tv Câmara Aberta Sindical.
Franzin é autor do livro "Imprensa Sindical - Comunicação que Organiza" que demonstra que o Brasil possui uma "formidável rede de imprensa, bancada pelo movimento sindical e ligada às categorias profissionais". "O mundo do trabalho tem pressa e urgências. E quem encurta as distâncias é a imprensa sindical: ela é ágil, econômica, eficaz", diz o autor.

Após as palestras, os participantes reuniram-se em dois grupos de trabalho, avaliaram positivamente a iniciativa da CNTM de debater o tema imprensa sindical e apontaram algumas questões que serão encaminhadas para avaliação da diretoria da Confederação e para o Departamento de Comunicação colocar em prática.

Algumas propostas: realização de encontros (oficinas) regionais de comunicação (texto) e novas mídias, parcerias entre entidades para a produção de materiais e eventos, cartilha específica sobre a importância de se investir em uma comunicação própria, criação de uma estrutura mínima em todas as entidades, com profissionais da comunicação, e apoio financeiro às entidades com menos recursos, censo metalúrgico, banco de dados na CNTM sobre entidades filiadas (principalmente em períodos de negociações salariais), produção de cartilha sobre saúde do trabalhador e reconhecimento do dirigente sindical como fonte imprescindível para o bom funcionamento da comunicação.

Fonte: CNTM

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