Empresa divulgou nota desmentindo prefeitura de Pinhão. Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba está alerta contra política de transferência e precarização de empregos

O polonês Marek Kudlarcik, gerente financeiro da Maflow garantiu hoje, à tarde, na assembleia dos metalúrgicos da empresa, que a multinacional fica em Curitiba e que as informações divulgadas pela prefeitura de Pinhão (PR) e pela imprensa da região são inverídicas. A empresa também emitiu uma nota esclarecendo que nunca assinou qualquer documento para se instalar em Pinhão, município que fica a 53 quilômetros de Guarapuava. Diante da garantia dada pelo gerente, os trabalhadores decidiram dar um voto de confiança para a empresa e não realizaram o fechamento do Contorno Sul como protesto contra o fechamento da fábrica em Curitiba. Amanhã, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) vai ter uma teleconferência com os diretores da Matriz da Maflow, na Polônia, para esclarecer os fatos.

Segundo anúncios feitos por sites de noticias da região de Guarapuava, a Maflow já havia acertado a transferência da fábrica de Curitiba para o município do interior. Além disso, a prefeitura divulgou que uma empresa polonesa estaria se instalando na cidade. Os subsídios para a instalação estariam sendo feitos pela Agência de Fomentos do Paraná com recursos no valor de R$ 900 mil para construção de um barracão de 3 mil metros quadrados. A notícia causou alvoroço e revolta dos metalúrgicos de Curitiba que se organizaram para uma série de protestos contra a decisão da empresa e a política estadual de transferência de empregos do estado.

Veja a nota da Maflow aqui.

Outro lado
O departamento de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba entrou em contato com a Rede Sul de Notícias, que é citada na nota da Maflow. O site de notícias disse que todas as informações divulgadas foram repassadas pelo assessor de imprensa do município de Pinhão, Vanderlei Martins e, inclusive, cita a entrevista feita com Secretário de Administração do município, José Francisco de Rocha Loures, que garantiu que o custo do barracão está sendo financiado pela Agência de Fomentos.

Foi entrado em contato também com a Agência de Fomento do Paraná, que declarou desconhecer o fato.

A assessoria da deputada Rose Litro (PSDB), uma das citadas pela prefeitura de Pinhão como apoiadora do projeto, afirmou que a deputada apenas acompanhou uma comitiva do município em visita ao Secretário da Indústria e Comércio, Ricardo Barros. A assessoria garantiu que a deputada é favorável a vinda de novas empresas para o Paraná, porém, não concorda com a transferência de empregos de uma região para outra do estado e que questionou o fato junto a comitiva pinhalense e o secretário Ricardo Barros.

Foi tentado entrar em contato com a prefeitura de Pinhão, porém, segundo informado pelo atendente, o expediente já havia terminado e não havia mais ninguém no órgão público. Mesma situação também da Secretária Estadual de Indústria e Comércio do Paraná.

SMC está alerta contra política de transferência e precarização de empregos
O SMC vai ficar em cima do governo para lutar contra qualquer indicio de transferência ou precarização de empregos no estado.

“Se o governo que ajudar o município de Pinhão com a instalação de uma fábrica na cidade, que essa ajuda não seja através do fechamento de empregos aqui em Curitiba. O que o governo deve fazer é fortalecer sua política de captação de novas empresas para o estado, de construção de novas fábricas, de melhoramento da infraestrutura. O que queremos é a criação de novos empregos e não a transferência, nem a precarização. Não admitimos que se fique fazendo politicagem às custas do trabalhador”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka.