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Sindicato e Federação dos Metalúrgicos cobram ações do governo para proibição das prensas excêntricas e máquinas de chavetas no Paraná

O Movimento sindical cobra do governo ações de proibição do uso de prensas excêntricas e máquinas de chavetas no Paraná, a exemplo do que já ocorre em São Paulo. Essas máquinas são as maiores responsáveis pelos cerca de cinco mil dedos amputados por ano em terras paranaenses, decorrentes de acidentes de trabalho, de acordo com os sindicatos.
 
O assunto voltou a tona quando o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) interditou 12 prensas mecânicas da Empresa Atlas Indústria de Eletrodomésticos Ltda, com sede em Pato Branco (PR). No Relatório de Fiscalização das condições de trabalho assinado 8 de julho pelo Auditor Fiscal do Trabalho, Francisco Carlos Padilha, foi apontado a presença de "prensas mecânicas que não oferecem a proteção adequada aos operadores".
 
A fiscalização ocorrida na Atlas foi resultado de diversas denúncias de trabalhadores, que por meio do Sindicato dos Metalúrgicos de Pato Branco e da Federação dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas no Estado do Paraná (FETIM), acionaram o Departamento de Segurança e Medicina do Trabalho, pertencente à Secretaria de Saúde do Estado, além do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com o Secretário Geral da FETIM, Alfani Alves, "o objetivo é solucionar os problemas relacionados às condições de trabalho dentro da empresa, em especial, a questão das máquinas que estão causando a maioria dos acidentes".
 
Os operadores estão sendo vítimas de mutilações e de outros graves acidentes de trabalho, como indica o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pato Branco, Ari Martins da Silva Pinto. "De fevereiro até julho, foram denunciados cinco acidentes de trabalho ocorridos nas empresas Atlas e na Indústria de Fogões Petrycoski", de acordo com o presidente do Sindicato, lembrando que o número é maior, mas que os trabalhadores são coagidos pela empresa e ficam receosos em denunciar.
 
Entre os acidentes, "houve casos de trabalhadores que tiveram amputados dedos e os braços. Em outro caso, um trabalhador ficou prensado no elevador, contra o forno. O resultado foi dramático. Teve perfuração no pulmão, esmagou perna, braço e chegou a ter um derrame no olho", indica Ari.
 
O representante do sindicato ressalta que as duas empresas pertencem ao mesmo grupo, apesar de CNPJ diferente. "Uma parte da Petrycoski funciona dentro da Atlas. Os casos de acidentes de trabalho são constantes e antigos dentro das empresas", afirma.
 
Trabalho temporário
Diante do alto índice de acidentes de trabalho, uma das formas das empresas do grupo se ausentarem de responsabilidades é por meio dos trabalhos temporários, utilizados para funções mais perigosas. "Houve recentemente o caso de uma trabalhadora que sofreu amputação por um acidente de trabalho e depois teve problemas para receber os benefícios decorrentes do acidente, por ter o contrato por tempo de experiência", afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pato Branco, Ari Martins.
 
Levantamento de acidentes
Uma das medidas que estão sendo tomadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Pato Branco é realizar um levantamento geral de quantos casos reais de acidentes de trabalho já ocorreram dentro da empresa, como afirma o presidente da entidade. No entanto, os proprietários das empresas estão tentando dificultar o trabalho. "Eles ameaçam diversos trabalhadores para que eles não denunciem e nem busquem seus direitos. Enquanto isso, o trabalhador está sendo mutilado".
 
Prensas interditadas
O relatório afirma que as prensas de nºs 03, 04, 06, 09, 10, 16, 18, 26, 45 e PH23, mais duas sem identificação, localizadas no setor de estamparia, ficam interditadas até que sejam sanadas as irregularidades constantes no laudo. O Relatório de Fiscalização, validado pelo Termo de Interdição assinado pelo Superintendente Regional do trabalho e Emprego no Paraná, Sérgio de Oliveira Barros, intima para a substituição das máquinas, instalação de sensores óticos combinados com freios e/ou a instalação de barreiras que impeçam a entrada das mãos do operador na zona de perigo.

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