Os metalúrgicos do setor de autopeças, em sua grande maioria, seguem dizendo não à nova proposta salarial apresentada pelo Sindipeças. Só entre ontem e hoje, foram onze rejeições e apenas três aprovações.  Insatisfeita, a categoria, que tem data-base em 1º de outubro, já começou a protestar. Em reunião realizada na manhã de ontem, dia 30, na subsede São José dos Pinhais do SMC, o sindicato patronal propôs já para outubro 3,6% de aumento real, 100% do INPC (que deve ficar entre 6,88% e 7,10%, segundo o Dieese), totalizando uma elevação salarial entre 10,73% e 11,02%, além de um abono de R$ 800,00 para o dia 31 de outubro e reajuste de 10,9% no piso, que passaria dos atuais R$ 825,00 para R$ 915,00. Essa proposta foi reprovada já na tarde de ontem em assembléias com os trabalhadores da TI Brasil, SAS, TDS e Guanavi.

Hoje cedo, dia 1º, o SMC colocou a proposta em votação em mais três fábricas. Na Keiper e Faurecia Quatro Barras, os trabalhadores também reprovaram a proposta e paralisaram as atividades por duas horas, em protesto. A mobilização deu resultado quase que imediato. A Faurecia abriu canal de negociação com o Sindicato e agendou uma reunião de negociação para às 10h. Uma das poucas aprovações ocorreu na problemática Aethra, empresa que tem uma política anti-sindical, pressiona e até demite trabalhadores que participam de mobilizações do Sindicato. Os funcionários do 1º e 3º turno decidiram aceitar a proposta. De tarde, a proposta do Sindipeças foi colocada em votação nas empesas do PIC da Volks-Audi. Trabalhadores de duas fábricas aceitaram: Delphi e Tenneco. No entanto, houve rejeição na Peguform, TK Presta, TK Módulos, Metagal e Pirelli.  Amanhã dia 2, o Sindicato realiza assembléia na Gestamp às 6h. Nas indústrias onde houve rejeição, os metalúrgicos deram um prazo até sexta, dia 3, para que os valores avancem. Caso contrário, a partir de segunda, dia 6, poderá ser deflagrada paralisação por tempo indeterminado.

Os trabalhadores reivindicam 5% de aumento real, 100% do INPC e R$ 1 mil de abono para outubro, além da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e o avanço de outras cláusulas sociais. “Estamos abertos a negociações. Podemos fechar acordos individuais se as propostas forem superiores à apresentada pelo Sindipeças”, afirma o diretor do SMC, Cláudio Gramm.

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