Na Câmara de São José dos Pinhais, Força-PR detona reforma da Previdência
Lideranças políticas, movimento sindical e OAB debateram em audiência pública a reforma que acaba com a aposentadoria
Na noite desta quinta-feira (09) a Força-PR, outras centrais sindicais, lideranças politicas e a Ordem de Advogados do Brasil (OAB) debateram as ameaças da reforma da previdência apresentado pelo governo federal. O debate foi realizado em audiência pública na Câmara Municipal de São José dos Pinhais.
A Força-PR não poupou críticas e detonou a famigerada PEC 287 que pode representar o fim da aposentadoria.
O diretor do Sindicato Nacional dos Aposentado (Sindinapi), Paulo José Zanetti representou a central e disparou contra a reforma, “precisamos dizer não a reforma da previdência. O presidente Michel Temer que entregar a Previdência Social aos bancos que estão ávidos para abocanhá-la. Querem transformá-la em previdência privada. Não podemos permitir. É o maior patrimônio do brasileiro”.
"De nada adianta a força jurídica se não houver o apelo da população. Esta reforma é absurda. Ela fere totalmente os direitos fundamentais previstos na constituição. É a força do estado contra o trabalhador. É o momento de todas as entidades se unirem. Porque se esta reforma passar, não tem retorno. A Previdência do jeito que conhecemos hoje pode acabar", alertou a mestre em direitos previdenciários, Ana Paula Fernandes.
"Essa reforma vai atingir e muito a classe mais pobre, que a classe que sustenta este país. Essa proposta é tenebrosa e visa atender apenas o interesse mercadológico e vai ser uma peça que vai aumentar e muito a desigualdade no Brasil", frisou o deputado federal (REDE-PR), Aliel Machado.
Pois essa reformar vai atingir apenas a classe assalariada", ressaltou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Gerson Luiz Tainha Vuicik.
70% dos brasileiros sem aposentadoria
Segundo o coordenador de relações sindicais do Dieese, Fausto Augusto Júnior, se a PEC 287, do governo e que trata da reforma da Previdência, for aprovada do jeito que está, o brasileiro terá que trabalhar até morrer. "De um ponto de vista bem objetivo, estamos falando que vamos deixar em torno de 70% da população fora do sistema previdenciário”, afirma Fausto.
A afirmação de Fausto fica clara analisando atentamente a proposta do governo. Ao impor a idade limite de 65 anos para a aposentadoria e tempo de contribuição de no mínimo 49 anos para o aposentado ter direito a receber 100% do valor do benefício, o governo deixa claro que não quer que ninguém se aposente. Para poder se aposentar aos 65 anos, o trabalhador vai ter que começar a trabalhar aos 16 anos e não parar de contribuir nunca, uma situação só possível se ele nunca ficar desempregado, o que é muito difícil no Brasil. Pesquisas mostram que quase metade (45%) dos trabalhadores conseguem ficar apenas 2 anos seguidos no mesmo emprego.
Ou seja, com o alto índice de rotatividade que impera no país, se a reforma de Temer for aprovada, vai ficar muito difícil se aposentar antes dos 80 anos.Além disso, a reforma ainda estipula o corte pela metade do valor das pensões por morte; o aumento do tempo de contribuição e redução do valor das aposentadorias para trabalhadores das categorias especiais, que estão sujeitos a situações insalubres e de periculosidade como enfermeiras, mineiros e os que trabalham com agentes químicos; Aumenta a desigualdade entre homens e mulheres ao estipular o mesmo tempo de contribuição para ambos;
Campanha Todos contra o fim da Aposentadoria
Para deixar claro o descontentamento da população com a reforma do governo, foi lançada, no Paraná, na última sexta-feira (03), a campanha Todos contra o fim da Aposentadoria. Em apenas dois dias, a página da campanha no Facebook já conta com 17 mil seguidores.
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