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Congresso Nacional da Força Sindical aprova por unanimidade moção de repúdio ao governo Temer

Nesta manhã (14), mais de 3 mil dirigentes sindicais de todo o país condenaram os ataques que o governo tem desferido contra os diretos trabalhistas e sociais

Reunidos na manhã desta quarta-feira (14), em Praia Grande (SP), no 8º Congresso Nacional da Força Sindical, mais de 3 mil dirigentes sindicais de todo o Brasil aprovaram, por unanimidade, moção de repúdio ao governo Michel Temer. Chamada de “Carta de Praia Grande”, a moção denuncia e condena a ofensiva do governo contra os trabalhadores através das tentativas de retirada de direitos propostas nas reformas trabalhista, da Previdência, pela lei da terceirização irrestrita e pelos ataques contra as organizações sindicais.

“Fica claro o recado dado pela plenária da Força! Um governo que, além de estar afundando em denuncias claras de corrupção, ainda se mostra mais preocupado em implantar uma agenda de retirada de direitos da população, de entrega do país ao sistema financeiro internacional e em diminuir a capacidade de mobilização dos trabalhadores, não merece respeito e não tem mais moral nenhuma para conduzir a nação”, diz o presidente da Força Paraná, Sérgio Butka.

Confira a integra da moção de repúdio:

- Carta de Praia Grande - 

MOÇÃO DE REPÚDIO AO GOVERNO MICHEL TEMER

Nós, Delegados e Delegadas do 8º Congresso Nacional da Força Sindical, representantes de milhões de trabalhadores do campo e da cidade, da iniciativa privada e do setor público, da indústria, comércio e serviços, de todos os estados do Brasil, vimos a público externar nosso repúdio aos danos indeléveis e nefastos que o governo de Michel Temer vem causando a todos os cidadãos brasileiros.

Ao assumir uma agenda pautada pelos interesses do capital internacional e de grandes grupos econômicos, o governo Temer vira as costas para 200 milhões de cidadãos brasileiros e, de forma entreguista e covarde, relega as futuras gerações a um breu de incerteza e medo, em especial por meio de dois projetos que compõem a espinha dorsal de seu governo: a Reforma da Previdência (PEC 287/2016) e Reforma Trabalhista (PLC 38/2017).

Conduzidas de forma atabalhoada e imprudente, tais Reformas criam um bolsão de miseráveis, ferem princípios de justiça social e impõem à sociedade um elevado custo social, penalizando milhões de cidadãos com progressiva ausência de proteção do estado, proteção essa que esses mesmos cidadãos ajudaram a construir.

É inadmissível que proposições de tal magnitude, que atingem irreversivelmente milhões de cidadãos, sejam aprovadas sem uma ampla discussão e debate com a sociedade brasileira. A aposentadoria é um direito inalienável e um organismo de proteção social que já goza de sólida consolidação nos ordenamentos jurídico e social brasileiros.

Os direitos trabalhistas compõem um arcabouço de segurança e proteção que garante dignidade nas relações entre capital e trabalho, condição essa inexistente em países que optaram por relegar esse tipo de mecanismo. Expedientes como a terceirização irrestrita e o enfraquecimento da representação política laboral são meios sórdidos de destruição de direitos históricos conquistados pelos trabalhadores brasileiros.

Ambas as Reformas estão na contramão de tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário e contrariam gravemente princípios e garantias estabelecidos na Constituição Federal de 1988. Ao empregar tais medidas sob o entoar de um falacioso canto da sereia de que “menos direitos significam mais empregos”, o governo só denota sua total inabilidade e incapacidade em promover a efetiva retomada da economia, com a tão esperada geração de empregos.

Urge, portanto, que corrijamos o rumo do País de modo a impedir o avanço das medidas retrógradas empreendidas por este governo, frágil em legitimidade, maculado no aspecto moral e eivado de suspeitas de corrupção. Esperamos um governo que inspire confiança e respeito aos cidadãos, leal aos princípios constitucionais de soberania, marcado por um forte espírito republicano e voltado ao desenvolvimento econômico com bem-estar de seu povo.

Repudiamos toda e qualquer tentativa sorrateira de retirada de direitos e chamamos a atenção e a responsabilidade dos senhores deputados federais e senadores no sentido de impedir o desmonte da Previdência Social no Brasil e da legislação de proteção aos trabalhadores. Por fim, *conclamamos a todos os brasileiros e brasileiras para que se unam a nós no ideal dessa Carta, com vistas à garantia e respeito aos nossos direitos constitucionais, conquistados a duras penas por todos nós ao longo de décadas e décadas de luta.

Praia Grande, 14 de junho de 2017

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