Brasil fecha 328 mil vagas de emprego depois da Reforma Trabalhista
O governo conseguiu aprovar a Reforma Trabalhista no Congresso defendendo que as mudanças na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) gerariam empregos e diminuiriam a informalidade no mercado de trabalho. Mas, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em relatório do próprio governo, não é bem isso que está acontecendo.
Ao contrário das mentiras que eles, os patrões e a imprensa venderam aos trabalhadores, a Reforma Trabalhista na prática só diminuiu os postos de trabalho no país e empurrou ainda mais brasileiros para o mercado informal e precário.
A prova está nos números: a reforma entrou em vigor em 11 de novembro. Entre janeiro e novembro de 2017, 299.635 empregos tinham sido criados. Já em dezembro, com o corte de direitos em pleno vapor, o país fechou 328 mil vagas, provando que o governo estava mentindo, exatamente como os sindicatos e órgãos que defendem o trabalhador tinham alertado.
Com mais gente sendo empurrada para o desemprego em dezembro, o saldo final do ano de 2017 foi de 28 mil postos de trabalho formal a menos no país, de acordo com relatório do próprio Ministério do Trabalho. Os dados frustraram inclusive expectativas de analistas, que esperavam abertura de vagas.
Segundo o economista e assessor do SMC, Cid Cordeiro, esse corte de vagas no país foi causado por dois motivos: recessão econômica e corte de direitos causados pela Reforma Trabalhista.
"Por mais que o governo diga que históricamente em dezembro se fecham mais vagas de emprego, o balanço de 2017 todo foi negativo e isso ocorre como reflexo da recessão, da crise econômica. Além disso, tem o fato do mercado de trabalho não estar reagindo a nenhuma melhora da econômia e isso eu atribuo a Reforma Trabalhista, a precarização do trabalho e flexibilização dos direitos, que tem empurrado cada vez mais brasileiros para o mercado informal, sem carteira assinada e com piores condições de vida e de salário", resume Cid Cordeiro.
Manipulação dos números
Ainda assim, o governo faz demagogia tentando mostrar esses resultados de empregos fechados como “positivos”, afirmando que significam uma recuperação “significativa” pois em 2016 o saldo negativo ficou em 1,3 milhão de empregos e em 2015 em 1,5 milhão. Temer segue mostrando que suas reformas servem unicamente para beneficiar os lucros milionários dos patrões, que agora podem explorar ainda mais os trabalhadores.
É preciso lutar e exigir dos sindicatos e das centrais cada vez mais a retomada do caminho das greves para revogar essa reforma, atrás de uma saída aos trabalhadores, para que sejam os patrões que paguem pela crise.
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