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TRT sugere lay-off, mas Bosch recusa e se nega a suspender demissões

Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada entre Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e Bosch do Brasil na manhã desta quarta-feira, 24, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A empresa se negou a suspender as demissões dos 900 trabalhadores anunciadas na semana passada. A direção da fábrica não concordou em adotar qualquer outra medida que viesse como alternativa às dispensas.

Durante a audiência, o próprio vice-presidente do Tribunal, que presidiu a audiência, desembargador Luiz Eduardo Gunther, sugeriu que a Bosch utilizasse o lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho por até cinco meses) como alternativa às demissões, mas a proposta foi recusada. “A maioria dos trabalhadores dispensados, como a própria empresa declara, têm entre 10 e 15 anos de casa, e terá dificuldade em se recolocar profissionalmente. É preciso buscar medidas para amenizar o impacto, como o artigo 476 da CLT (lay-off), por exemplo”, disse o magistrado, que falou ainda sobre as vantagens dessa medida. “O trabalhador ganha tempo para se qualificar e se recolocar no mercado, abrindo assim novas perspectivas de trabalho”, declarou o desembargador durante a audiência. Ele afirmou que o lay-off seria uma alternativa viável para que se “ganhasse tempo” . Mesmo com todas essas argumentações, a Bosch se negou a adotar o lay-off e cancelar os cortes.

Após negar todas as alternativas, a empresa limitou-se a oferecer uma espécie de “indenização” aos demitidos: trabalhadores com até cinco anos de empresa ganhariam meio salário-base; de cinco a dez anos, um salário-base; de dez a 15 anos, um salário-base e meio; e acima de 15 anos, dois salários-bases. O presidente do SMC, Sérgio Butka, classificou a proposta como ‘irrisória’. “O trabalhador que tanto se empenhou merece tratamento digno, não isso que eles ofereceram. Temos vários outros caminhos para seguir, como o lay-off, aplicado com sucesso na Renault, ou o banco de horas negativo. Mas infelizmente a empresa não aceita negociar”, afirma o líder sindical. Ainda assim, ficou combinado na audiência que o Sindicato vai levar a proposta para discussão em assembléia, na próxima segunda-feira, dia 29, em frente à fábrica da Bosch, na entrada do primeiro turno, às 6h00.

Desdobramentos

Nesta sexta-feira, dia 26, às 14h00, ocorre audiência de conciliação no Ministério Público do Trabalho. Nesta audiência, a Bosch terá que apresentar uma lista com nome, função, data de admissão e data de demissão dos trabalhadores que foram dispensados. Na terça-feira (30) da semana que vem ocorre nova audiência no TRT, às 9h30. “Esperamos que a Bosch adote uma postura socialmente responsável e que possamos construir uma proposta digna para os trabalhadores”, afirma Sérgio Butka.

Sem transparência

O público presente na plenária da audiência de hoje, composto por jornalistas da grande imprensa e trabalhadores, não conseguiu ouvir os argumentos dos representantes da Bosch. Diferente do juiz e dos representantes do Sindicato, eles não ligaram os microfones. Com isso, o público não entendeu nada do que eles falavam. As explicações da Bosch dadas em juízo sobre as 900 demissões foram uma incógnita para a opinião pública. Questionado sobre isso, o gerente de recursos humanos da Bosch, Duílio Damaso, disse que "esqueceu de apertar o botãozinho do microfone".     

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