O economista-chefe e sócio da gestora SPX, Beny Parnes, afirmou nesta quinta-feira que o Brasil está pendurado na aprovação da Reforma da Previdência. 

“Não acreditamos que a reforma seja aprovada até o terceiro trimestre. E, quando for aprovada, será uma versão diluída”, disse ao participar da conferência Perspectivas para o Brasil 2020 do banco Daycoval em São Paulo.

Parnes afirmou que as posições dos fundos da SPX estão ajustadas à incerteza de como é a “nova política”, protagonizada pelo governo Bolsonaro, e a relação entre o Executivo e o Legislativo. “Estamos tateando para entender como essa nova política está sendo feita”, disse. “O governo tem de negociar com o Congresso. Todos governos que enfrentaram de frente o Congresso não tiveram sucesso”, disse.

As projeções da SPX para este e o próximo ano indicam estabilidade da Selic e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mais modesto do que indica o Relatório de Mercado Focus, do Banco Central. Em 2019, o PIB deve crescer 1,8% em 2019 e 2,7% em 2020.

“Se o ambiente mudar [e a reforma da Previdência não for aprovada], as condições mudam e mudaremos as projeções”, a????rmou Parnes, que também disse que percebe um viés de desaceleração da economia calcada na falta de confiança dos agentes econômicos. “O consumidor está arredio. O investidor está arredio”, afirmou Parnes.

“Por outro lado, a economia tem muita ociosidade que permite que o Brasil siga crescendo sem gerar inflação.”, disse o economista. Ele ponderou que o fluxo cambial total é positivo, sobretudo o recurso destinado para produção. “A con????ança do estrangeiro [medida pelo Investimento Direto] está grande”, argumentou.

Fonte: Infomoney