A greve na Volkswagen-Audi de São José dos Pinhais entrou hoje no 12º dia. Em assembléia na tarde desta quinta-feira, dia 17, os 3,5 mil metalúrgicos rejeitaram a nova proposta da empresa e decidiram prosseguir com a paralisação iniciada em 3 de setembro. A direção da montadora ofereceu, em audiência hoje cedo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), 7,57% de reajuste em setembro (3% de aumento real + 4,44% de correção de 100% do INPC), abono de R$ 2 mil a ser pago na próxima segunda-feira (21), e aumento no adicional noturno para 25% a partir de agosto de 2010. Os trabalhadores, no entanto, exigem que o adicional seja aplicado imediatamente.

Outra importante reivindicação da categoria que a empresa se recusa a atender é a reorganização da tabela salarial. Na fábrica da Volks em São Bernardo do Campo (SP), por exemplo, os 12 mil trabalhadores passam, desde que entram na fábrica, por 11 avaliações de desempenho para subir de cargo e aumentar o nível salarial, nos chamados “steps”. Em São José dos Pinhais, o número de steps é bem menor, apenas cinco. Por passarem por menos avaliações, os trabalhadores do Paraná acabam tendo salários menores que em São Paulo. “Quando entram na fábrica, os trabalhadores até têm o mesmo salário. Só que em três anos, o salário dos funcionários de São Bernardo fica bem maior do que os de São José. Tudo por causa do maior número de steps que existe lá. O que reivindicamos é apenas um tratamento igual, ampliando os steps para 11 aqui no Paraná também”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka.

Nova audiência

Amanhã, dia 18, às 10h, SMC e Volks se reúnem para tentar resolver o impasse na terceira audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Mais tarde, às 14h, tem nova assembléia em porta de fábrica. Nos 12 dias de greve, a montadora alemã já deixou de fabricar 9.800 automóveis. A média de produção é de 840 veículos por dia, dos modelos Fox, Crossfox e Golf.