A Força Sindical do Paraná elegeu no último dia 21 de setembro, durante o seu 7º Congresso Estadual, a nova diretoria para os próximos quatro anos. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka, foi reeleito por unanimidade para mais um mandato como presidente da central no estado. Ele e os outros diretores foram empossados logo após a eleição. O processo eleitoral teve a participação de mais de 500 delegados sindicais de diversas categorias profissionais do Paraná. Além de elegerem a nova diretoria, os sindicalistas discutiram e definiram as bandeiras de luta e estratégias de ação da central em defesa dos trabalhadores.   

Presenças

Diversas autoridades políticas e lideranças sindicais de todo o país foram à Associação Banestado, em Pontal do Paraná, prestigiar o Congresso da Força PR. Estiveram presentes o presidente da central no estado, Sérgio Butka; o governador do Paraná, Roberto Requião; o presidente nacional da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho; o secretário estadual do trabalho, Nelson Garcia; o secretário geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna; o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Clementino Vieira; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres; o prefeito de Pontal do Paraná, Rudisney Gimenes; o prefeito de Matinhos, Eduardo Dalmora; o secretário nacional de saúde da Força, Arnaldo Gonçalves; entre outros.

Abertura

Em seu discurso inicial, o presidente da Força PR, Sérgio Butka, saudou os participantes, falou sobre a importância do evento e destacou a parceria da central com o governo do estado. “O movimento sindical paranaense deve muito ao atual governo. É uma administração sensível aos problemas dos trabalhadores. Estivemos e estamos juntos em várias lutas em defesa da classe trabalhadora”, disse. Butka também aproveitou para defender as 40 horas semanais. “Hoje, todos os trabalhadores estão buscando a redução da jornada de trabalho. É uma bandeira importante, que vai trazer diversos benefícios para toda a sociedade. Muitas categorias já têm as 40 horas no estado. Vamos lutar juntos para aprovar o projeto da redução no Congresso Nacional”, ressaltou o líder sindical.

O governador do Paraná, Roberto Requião, também reforçou a luta pelas 40 horas. “Estou aqui hoje para reforçar essa luta pela qualidade de vida e pela saúde, que significa a conquista das 40 horas. Os funcionários públicos do estado já estão nessa carga horária”, disse o governador, ressaltando na seqüência os motivos para reduzir a jornada. “Os empresários dizem que se diminuir a jornada aumenta os custos e prejudica a concorrência. Isso não é verdade. O que afeta o empresariado não são as 40 horas, mas sim os altos impostos, o dólar em baixa que dificulta as exportações, os juros altos. É muita burrice dos patrões lutar contra as 40 horas. Eles deviam sim é combater a política recessiva do Banco Central, a alta taxa de juros. Os trabalhadores podem contar com o Governo do Paraná de forma empolgada e convencida na luta pelas 40 horas”, afirmou Requião.

O governador disse ainda que vai criar uma emenda constitucional que conceda benefícios fiscais apenas à empresas que adotem a jornada de 40 horas. O secretário estadual do trabalho, Nelson Garcia, fez coro com Butka e Requião em defesa das 40 horas. “Nosso governo tem um lado, que é o lado do trabalhador. O Governo do Paraná não pertence ao Requião, ao Nelson Garcia, pertence sim ao trabalhador. É por isso que estamos juntos nessa luta pelas 40 horas semanais”, disse Garcia.

Painel sobre saúde do trabalhador

Logo após a cerimônia de abertura, os participantes do Congresso assistiram ao painel “A construção e a prática política nacional de saúde do trabalhador”, com o diretor adjunto de saúde ocupacional do Ministério da Previdência Social, Domingos Lino. Em sua exposição, Lino apresentou dados da população coberta pela previdência em todo o Brasil, mostrou aos participantes os artigos da constituição que falam sobre a saúde do trabalhador e enfatizou a importância do tema. “Essa é uma questão muito séria, que não pode ficar ao sabor de governos. Mudam os governos, mas a política de saúde deve permanecer”, disse Lino. Ele defendeu o cumprimento da legislação sobre o assunto. “O Brasil é o país da América latina com maior número de leis, mas, no entanto, essas leis não são devidamente cumpridas. Devemos trabalhar para que elas sejam cumpridas”, finalizou o diretor.  

Encerrando os trabalhos da manhã, a representante dos ministérios da saúde e do trabalho, Maria da Graça Hoefel, ressaltou a participação dos movimentos sociais nas políticas de saúde do trabalhador. Ela destacou também a importância de iniciativas como as conferências nacionais em saúde do trabalhador, cuja primeira edição ocorreu há 23 anos, em 1986. “Aquele foi um ano histórico, pois foi a primeira vez que discutimos um tema tão importante em nível nacional com todos os setores da sociedade”, lembra. Depois disso, somente mais duas conferências foram realizadas, em 1994 e 2005.

Discussões em grupo

À tarde, os congressistas se dividiram em quatro grupos de trabalho, com o objetivo de discutir e elaborar propostas para aposentados e pensionistas; formação sindical e qualificação profissional; mulheres; estrutura e organização sindical. 

Eleição

Na segunda-feira de manhã, dia 21, ocorreu a eleição da nova diretoria executiva, direção estadual, secretariados estaduais e conselho fiscal da Força PR. Coube ao presidente nacional da Força e deputado federal, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, dar posse aos novos diretores da entidade. Ele destacou a importância do evento para a classe trabalhadora. “Foi um congresso importante, que definiu as principais bandeiras de luta da central no Paraná, com a eleição do Sérgio Butka, uma direção importante. A Força a cada dia se fortalece mais aqui no Paraná, e isso vai ajudar nas principais lutas dos trabalhadores no Brasil, como as 40 horas, a luta pelo fim do fator previdenciário, entre outras”, afirmou Paulinho.

Em seu discurso, o líder sindical falou ainda das lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores na Câmara dos Deputados, a pressão em cima dos parlamentares para que votem a favor das 40 horas, e também sobre o acordo histórico que garante aumento real para os aposentados em 2010 e 2011.

Os congressistas aprovaram, por unanimidade, as propostas de ação definidas nos grupos de discussão. O presidente reeleito da Força PR, Sérgio Butka, falou sobre as lutas a serem enfrentadas nos próximos quatro anos. “Nosso objetivo é continuar com esse trabalho em defesa dos trabalhadores, reorganizar a Força no estado, fazer com que a central cresça e se fortaleça cada vez mais. Com isso, nós vamos fortalecer a luta dos trabalhadores por região”, afirmou Butka. 

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