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SMC cria Comissão Técnica de Saúde para combater acidentes e doenças ocupacionais

Com o objetivo principal de intensificar as ações preventivas para reduzir o índice de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais no setor de metalurgia, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) criou nesta semana a “Comissão Técnica de Saúde do SMC”. O órgão fará reuniões semanais para discutir estratégias de atuação em relação à saúde e segurança do trabalhador. A Comissão é composta por cinco membros. São eles: Núncio Mannala, Olário Krieger e Osvaldo Silveira, diretores do Sindicato que militam na área de saúde e segurança do trabalhador; Mário Freitas, engenheiro de segurança do trabalho e Zuher Handar, médico especialista em doenças ocupacionais. Além disso, foi instituído também o Conselho de Saúde Preventiva, composto pelos membros da Comissão e mais um membro de cada subsede do SMC, com o objetivo de discutir, debater e sugerir ações para que se tenham melhores condições de trabalho na categoria.

No dia seguinte à sua criação, a Comissão já se reuniu com o diretor da Superintendência Regional do Trabalho do Paraná (antiga DRT), João Graça, para denunciar o excesso de horas extras nas empresas da categoria. Ele se comprometeu a enviar equipes de fiscalização nas fábricas. Hoje, dia 1º, a Comissão realizou a primeira reunião na sede central do Sindicato dos Metalúrgicos (foto).

Estudos do SMC apontam que o abuso de horas extras é um dos principais fatores que causam acidentes e doenças do trabalho. Na New Holland, por exemplo, maior indústria do setor de máquinas da Grande Curitiba, com cerca de 2,5 mil trabalhadores, estão sendo realizadas duas horas a mais por dia, além de jornada aos sábados. Na Gestamp, fornecedora de peças para as montadoras situada em São José dos Pinhais, sábado virou dia de fazer hora extra. Na Renault, os 3,5 mil funcionários estão fazendo duas horas a mais toda terça e quinta. A montadora francesa também tem convocado horas extras aos sábados. Revoltados, os trabalhadores disseram não ao excesso de jornada em assembléia no dia 18 de janeiro. Em represália, a empresa suspendeu quatro delegados sindicais do SMC que trabalham na fábrica. Eles estão acampados em frente à Renault desde o dia 21 de janeiro, em protesto.

Dados alarmantes

Segundo o diretor do departamento de saúde do SMC e membro da Comissão, Núncio Manalla, o número de trabalhadores afastados por doenças ocupacionais como LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) aumentou seis vezes em 2006. Só nas montadoras da região metropolitana de Curitiba, já são mais de 700 afastados, a maioria com invalidez permanente.

Sociedade é afetada

Ao invés de contratar mais funcionários, as empresas do setor metalúrgico estão convocando horas extras para suprir a grande demanda de produção. Se por um lado as empresas economizam mais, por outro, ajudam a aumentar o risco de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. “Além da LER e da DORT, os trabalhadores ficam expostos também à problemas como estresse, fadiga e depressão. Muitas vezes isso acaba gerando ainda problemas de relacionamento na família, impotência sexual, entre outros”, afirma Zuher Handar, médico especialista em doenças ocupacionais e membro da Comissão de Saúde do SMC.

Além de afetar a vida dos trabalhadores, o excesso de horas extras nas empresas também representa riscos aos consumidores. O ritmo intenso de produção reduz a qualidade dos carros. “O consumidor que está comprando um carro zero, de todas as marcas, tem que ficar atento”, afirma o presidente do SMC, Sérgio Butka. Prova disso, afirma ele, é o aumento casos de recalls que tem ocorrido nos últimos anos.
        
 
Veja os objetivos da Comissão Técnica de Saúde do SMC:

-Mapear todos os setores nocivos aos trabalhadores da categoria metalúrgica por empresa e por região;

-Promover junto aos órgãos competentes parcerias para prevenir que estes setores não acarretem acidentes, doenças ou seqüelas mais graves aos trabalhadores;

-Promover treinamento à diretoria, funcionários, cipeiros e trabalhadores, de forma que estes setores diminuam o grau de risco;

-Organizar campanhas de conscientização na categoria e junto às empresas para melhoria destes setores de trabalho;

-Sugerir à diretoria projetos de Lei que possam melhorar as condições de trabalho nas empresas para serem apresentados a nível municipal, estadual e federal;


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