Em entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira, dia 7 de dezembro, o economista do Dieese, Sandro Silva, fez um balanço da Campanha Salarial 2009 dos metalúrgicos da Grande Curitiba (setores de metalurgia e máquinas, com data-base em 1º de dezembro). Segundo o órgão, os 51 Acordos Coletivos de Trabalho (ACT´s) fechados pelo SMC até a última sexta-feira (04/12) com as indústrias do setor vão injetar, em um ano, R$ 94 milhões na economia da capital e região metropolitana, beneficiando mais de 33 mil trabalhadores. Em um mês, os reajustes injetarão na economia R$ 5,3 milhões. Em um ano, o valor sobe para R$ 71 milhões.

Os números se referem aos reajustes salariais, cuja média foi de 8,39%, e também aos abonos salariais, com média de R$ 1.378,14. Se a previsão do Dieese se confirmar e a inflação acumulada nos últimos doze meses chegar aos 4,14% (o índice será divulgado nesta quarta-feira), o aumento real será de 4,08%. Dos 51 acordos analisados, 46 tiveram abono salarial, o que gera um impacto imediato na economia de R$ 23 milhões.

Os índices superam o que foi fechado ano passado, quando os reajustes reais na categoria ficaram entre 2,5% e 3%. “Há 10 anos, criamos um hábito de negociar acordos diretamente com as empresas. E essa estratégia vem trazendo resultados bastante positivos, pois ano a ano conquistamos acordos com avanços maiores que os da Convenção Coletiva de Trabalho”, afirma o presidente do SMC, Sérgio Butka. “Hoje temos de 2,5 mil a 3 mil empresas no setor. 50% dos trabalhadores dessas empresas estão cobertos por Acordos Coletivos. O restante são empresas pequenas, com 10, 20 funcionários, que seguem os índices da Convenção”, completa o líder sindical.

Número de acordos deve aumentar

Segundo Butka, os números são preliminares, já que número de acordos deve aumentar ainda mais até o final do ano. “Mais de 30 empresas estão em processo de negociação com o Sindicato, e podem fechar acordo a qualquer momento”, projeta. A estratégia de negociar por empresa adotada pelo SMC está virando referência para outros estados. “Os metalúrgicos de São Paulo começaram esse ano a negociar diretamente com as empresas. É uma nova tendência que os metalúrgicos da Grande Curitiba implantaram que servirá de referência para outras categorias”, afirma Butka.