Os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba participaram na quarta-feira, dia 31, da IV Jornada Nacional de Debates promovida pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O evento, realizado na sede municipal do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, contou com a presença de 70 dirigentes sindicais de todo o Estado.

Ao abrir o evento, o economista do Dieese, Cid Cordeiro, afirmou que o ciclo de debates é uma iniciativa da entidade em conjunto com as centrais sindicais de todo Brasil. O tema do encontro foi As Negociações Coletivas em 2010: Recuperação Salarial e Redução da Jornada de Trabalho. No início dos debates os presentes assistiram a um vídeo institucional do departamento intersindical.

O economista do Dieese do Rio Grande do Sul, Cássio Calvete, ministrou a palestra sobre o tema central do evento. Ele ressaltou o resultado positivo que foi alcançado pelas negociações coletivas em 2009 e se demonstrou otimista para as datas-base que ocorrerão este ano. Ele debateu ainda a questão da redução da jornada de trabalho e disse que a pauta da redução tem que estar, não só no Congresso, mas também nas negociações coletivas.

Segundo ele, ao falar da redução da jornada de trabalho é necessário avaliar as três dimensões da questão. Primeiramente, como afirma Calvete, a extensão dessa jornada, tem que ser avaliada pela soma da duração legal mais a quantidade de horas extras praticada, ou seja, com as horas extras, o trabalhador acaba trabalhando muito mais do que a jornada legal.

A intensidade do trabalho também tem que ser analisada. “Temos que discutir a intensidade do trabalho, como pausas para o café e o ritmo do trabalho”. Além disso, o economista afirma que é preciso considerar também a distribuição das horas de trabalho, se os funcionários têm que trabalhar no domingo, por exemplo. 
 
Cássio Calvete assinalou a importância das mobilizações feitas pelo movimento sindical como instrumento de pressão aos parlamentares e apresentou uma série de argumentos favoráveis a redução da jornada. “O Brasil tem uma das jornadas mais altas do mundo, com isso os trabalhadores não têm tempo para se qualificar e para ficar com a família. Se for aprovado o projeto de redução vai beneficiar 86% dos trabalhadores no setor privado, além de gerar 2,5 milhões de postos de trabalho”, afirma ele.

Para o economista, se as manifestações da classe trabalhista continuarem os deputados não terão alternativa a não ser aprovar a matéria. “É preciso intensificar e unificar as mobilizações para que a vitória da redução da jornada seja certa”, afirmou ele. 
 
 Para finalizar o evento, após a palestra, os presentes foram convidados a participar de um debate sobre o assunto previamente discutido.