O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Nuncio Mannala, participou, entre os dias 22 e 24 de outubro, da 4ª Oficina do Observatório Nacional de Saúde Mental e Trabalho, promovido pelo Núcleo de Epidemiologia (NEPI) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Salvador. 

Com o tema “Proposições para a consolidação de políticas públicas e avanços no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, a oficina teve como objetivo fortalecer o diálogo entre a comunidade científica, trabalhadores, gestores e movimentos sociais, buscando a formulação de diretrizes para uma Política Pública Nacional de Saúde Mental e Trabalho.

Representantes do Ministério da Saúde, movimentos sindicais, especialistas e pesquisadores internacionais e de diversas universidades e estudantes de graduação e pós-graduação do Brasil também participaram do evento, consolidando um espaço de cooperação internacional e de construção coletiva de políticas voltadas à valorização da vida e à promoção da saúde mental dos trabalhadores. A coordenadora do evento foi a professora Tânia Maria de Araújo, que é a idealizadora do Observatório e responsável pela agregação das pessoas.

Fernanda Moura D’Almeida Miranda, coordenadora-geral do Observatório Nacional de Saúde Mental e Trabalho e professora do Departamento de Enfermagem na Universidade Federal do Paraná (UFPR), explicou que o encontro anual discute as políticas públicas de saúde mental e trabalho, as pesquisas relacionadas na área, traz a participação dos trabalhadores para que possam falar das ações que estão sendo feitas pelos sindicatos ou aquelas que ainda precisam ser feitas pela sociedade e também discutir as políticas que estão sendo implementadas.

“Neste ano a gente escolheu o tema de sustentabilidade, pensando que existem vários setores suscetíveis às mudanças climáticas e também pensando nos grupos vulneráveis que existem de trabalhadores. Com relação à participação dos sindicatos, eu acredito que ela seja muito importante porque ela traz para nós a voz do trabalhador e a quem a gente deve ouvir para estar pleiteando mudanças. Na organização do processo de trabalho, nas formas sindicais, nas formas organizacionais, para que não acabe trazendo o adoecimento para os trabalhadores, principalmente o adoecimento mental que tem custado muito ao nosso país”, explicou Fernanda Miranda. 

DIRETOR DO SMC REPRESENTA O SINDICATO
O diretor do SMC, Nuncio Mannala, falou durante 15 minutos para cerca de 90 participantes no dia 23, na oficina “Eixo Ético-Político e Políticas Públicas. Ele destacou a importância da “detecção das doenças mentais no trabalho, do aprendizado para defesa dos trabalhadores e de avanços nas políticas de saúde mental”. Nuncio Mannala avalia que o evento foi riquíssimo. “O evento serviu para que os Sindicatos venham a criar Departamentos de Saúde e valorizem este trabalho junto às Centrais Sindicais, Universidades, Ministério Público, Ministério do Trabalho, Ministério da Saúde, para trazer mais conhecimento e diminuir os problemas de saúde e acidentes de trabalho. Mais de 600 mil afastamentos anuais pela saúde mental no trabalho, que impactam os trabalhadores, empresas e a Previdência Social. É um custo muito alto para a sociedade”.

A participação do SMC reforça o compromisso da entidade com a defesa da saúde e do bem-estar dos trabalhadores metalúrgicos, buscando contribuir com o debate nacional sobre as condições de trabalho e as políticas públicas voltadas à saúde mental.

LIVRO  
No evento deste ano em Salvador houve o lançamento de um livro referente à primeira oficina que ocorreu em Curitiba. Trata-se do livro “Observatório Saúde Mental e Trabalho – Reunindo Esforços por Direitos e Bem-Viver”, organizado por Fernanda Moura D’Almeida Miranda, Tânia Maria de Araújo e Simone Santos Oliveira.

Para o professor Maelison Silva Neves, docente do Instituto de Saúde Coletiva e do Núcleo de Estudos Ambientais, Saúde, Trabalho e Educação, da UFMT e também membro do observatório, “o evento fortaleceu o Observatório Nacional de Saúde Mental e Trabalho, incluindo a sua composição com pesquisadores, pesquisadoras, trabalhadores e trabalhadoras dos serviços e também representações dos próprios trabalhadores, os próprios sujeitos que estão ali na labuta do dia a dia e que a gente tem a tarefa de contribuir com a promoção da saúde mental, como protagonistas desse processo, que não podem ficar de fora, nem de lado, nem secundário, estão juntos conosco, pensando nessas políticas públicas de promoção da saúde mental de trabalhadores numa perspectiva efetiva, uma perspectiva de uma sociedade justa, equitativa, contra a exploração do trabalho e em defesa da dignidade humana”.