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Bolsonaro e Kajuru mostram a ‘irresponsabilidade que se traduz em 353 mil mortes’, diz Chioro

São Paulo – Para o médico sanitarista, professor universitário e ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, aconversa vazada entre o presidente Jair Bolsonaro e o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) sobre a CPI da Covid mostra, literalmente, “o tamanho da irresponsabilidade, da imaturidade e do despreparo (de Bolsonaro) que, na prática, se traduzem nesse momento em mais de 353 mil vidas perdidas”. Em entrevista a Marilu Cabañas, no Jornal Brasil Atual da manhã desta segunda-feira (12), Chioro criticou o teor do áudio divulgado pelo próprio parlamentar. No arquivo, Bolsonaro pressiona o senador pela abertura de processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em retaliação à decisão da Corte que obrigou o Senado a cumprir a Constituição e instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. 

“O que me preocupa é que enquanto eles brincam com a vida da gente, vidas se vão”, advertiu Chioro. A conversa revela que Bolsonaro e senadores aliados estão tentando ampliar o escopo da CPI da Covid, para incluir governos estaduais e municipais nas investigações. “Parece aquela conversa da turma do fundo da escola combinando como é que eles vão brigar com os meninos da turma do lado ou da escola vizinha”, disse.

 

Em novo trecho do áudio, publicado nesta segunda-feira (12) também por Kajuru, Bolsonaro ainda ofende e ameaça o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Vou ter que sair na porrada com um bosta desse”. Isso porque o parlamentar do Amapá é o autor do requerimento que pede a instalação da comissão, determinada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso. 

 

Brasil sustenta aumento de casos

O ex-ministro da Saúde alerta que as ameaças de Bolsonaro ocorrem no momento em que a velocidade de avanço da covid-19 no Brasilespanta todo o mundo. Até as 16h de ontem, o Brasil registrava oficialmente 353.137 vidas perdidas desde o início da pandemia. Há 17 dias, eram 320 mil vítimas. O país ainda teve a segunda média móvel de óbitos mais alta, 3.101 mortes nos últimos sete dias. Mas, lamentavelmente, como destaca Chioro, “as condições que estão dadas e que sustentam essa ampliação expressiva de casos que tivemos a partir de novembro estão mantidas”. 

“A taxa de transmissão continua alta, as medidas de isolamento foram feitas a meia boca. Ou seja, nunca foram para valer mesmo”, contesta o ex-ministro. “Daí a importância de que enquanto se aumenta lentamente a taxa de vacinação no Brasil, ainda muito aquém do que precisamos, sejam mantidas as medidas de isolamento para proteger o sistema de saúde e evitar que as pessoas morram na fila guardando leitos de UTI”, explica. 

Escolhendo quem deve viver

Diante do colapso na saúde, entidades médicas definiram critérios para a triagem de pacientes em UTI. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, Pernambuco é um dos estados que já utilizam o Escore Unificado para Priorização (EUP-UTI), que auxilia médicos a definir quem deve ser atendido prioritariamente, de acordo com a chance de sobreviver. Além disso, profissionais de saúde da linha de frente ainda estão obrigados a recorrer a práticas de contenção, ou seja, amarrar os pacientes em leitos, devido a falta de sedativos e até insumos básicos. 

“Quando a gente vê determinadas atitudes, particularmente do presidente Bolsonaro, elas são desrespeitosas e revoltantes para as famílias que perdem seus entes queridos, mas também para os profissionais de saúde. Atrás daquela fortaleza de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas há gente de verdade, gente de carne e osso, cuja alma sofre demais nessas circunstâncias”, reprova Arthur Chioro.

Fonte:RBA

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