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Trabalhador foi torturado ao denunciar más condições de trabalho

A equipe de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Pará (SRTE/PA) retirou na semana passada 35 trabalhadores encontrados em situação análoga a de escravo na fazenda Bonsucesso, município de Paragominas, no Leste do Pará.

No último dia 12, a fiscalização rural da Superintendência esteve na fazenda para averiguar a denúncia de um trabalhador submetido a condições subumanas de trabalho. Ele relatou à fiscalização que os trabalhadores moravam em um curral abandonado, junto com esterco de boi e eram alimentados com restos de carne.

Tortura

No corpo do trabalhador que fez a denúncia havia várias cicatrizes recentes de ferro quente. Ele garantiu que foi torturado pelo patrão e mais dois homens quando reclamou das más condições de alimentação e do salário atrasado. Após fugir da propriedade, andando dezenas de quilômetros a pé e pegando carona, conseguiu fazer o relato à SRTE/PA.

A fazenda fica a 75km de Paragominas e pertence a Gilberto Andrade. O fazendeiro é reincidente, já que está na chamada Lista Suja - onde o Ministério do Trabalho e Emprego divulga as propriedades onde são encontrada mão-de-obra escrava. Ele entrou na lista por manter 18 pessoas em condições semelhantes no Maranhão, em 2005.

Denúncias

De acordo com o auditor que coordenou a ação, Raimundo Barbosa da Silva, as denúncias do trabalhador foram confirmadas. "O curral não servia mais ao gado, mas sim aos empregados da fazenda", contou Raimundo da Silva. Com o grupo foram encontradas também duas crianças, filhos de trabalhadores, além de três adolescentes contratados para realizar o trabalho com o grupo, o que não é permitido por lei

As provas recolhidas na fazenda são coerentes com o relato de tortura feito pelo trabalhador . "Os resgatados confirmam que ele deixou o alojamento, sem cicatrizes no corpo, para ir reclamar dos salários e nunca mais apareceu", revela o auditor do MTE.

Os 35 trabalhadores retirados da propriedade em Paragominas sequer tinham carteira assinada, além de ter seus salários atrasados. Na cantina, mantida pela fazenda, eram vendidos fumo, sabonetes e equipamentos de proteção individual, tudo cobrado dos trabalhadores. "Todo gasto deles estava anotado em um caderno", afirmou o auditor.

Gilberto Andrade terá de pagar R$ 45 mil em indenizações e terá de pagar ainda uma indenização por danos morais coletivos. Além disso, poderá responder na Justiça comum se comprovado que participou da tortura ao trabalhador denunciante.

Fonte: DIAP

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