Portal do SMC - Acesse aqui

Fique Ligado

Real lidera em valorização entre as principais moedas

O dólar viveu ontem mais um dia de perdas diante do real, para terminar vendido a R$ 1,657 -menor cotação desde maio de 1999. A fraqueza da moeda americana não é um fato restrito à divisa brasileira. Mas, considerando os últimos 12 meses, o real lidera entre as principais moedas que mais ganharam valor diante do dólar. No período, a moeda dos EUA sofreu desvalorização de 18,61% em relação ao real.

Outras moedas, de diferentes regiões, têm vivido movimento semelhante. Destacam-se, em 12 meses, as quedas amargadas pelo dólar diante de divisas como peso colombiano (-16,35%), novo sol peruano (-14,61%), iene (-14%), peso chileno (-13,54%), dólar australiano (-10,99%) e euro (-10,82%).

Nas operações de ontem, o dólar chegou a ser negociado em seu menor valor histórico diante do euro, a US$ 1,5982.

No mercado brasileiro, o dólar já recuou 5,48% apenas neste mês. Ontem, caiu 0,42%.

Essa força do real prejudica as exportações do país, ao encarecê-las, mas barateia os importados, o que ajuda a segurar a inflação e a elevar investimentos em máquinas e tecnologias importadas.

A retomada da elevação dos juros no Brasil reforça a expectativa de que o real seguirá subindo. Anteontem, a taxa básica foi elevada de 11,25% para 11,75% anuais. O mercado espera que a alta siga ao menos até o fim de 2008, para quando projetam a Selic em 12,75%.

Enquanto isso, os juros foram consideravelmente reduzidos nos EUA --de 5,25% em setembro para 2,25%. Esse movimento tende a atrair cada vez mais recursos ao país em busca da alta remuneração proporcionada pelos juros do país, os maiores do mundo. E, se entram mais dólares no mercado, num momento de baixa procura pela divisa, reforça-se a tendência de apreciação do real.

"O câmbio reflete o cenário atual de expectativa de alta dos juros. Mas não podemos esquecer também a depreciação que o dólar vem tendo no exterior diante de outras moedas", afirma a economista-chefe do Banco Fibra, Maristela Ansanelli.

O movimento de desvalorização do dólar em todo o mundo não é um fenômeno recente. Já há alguns anos a moeda tem recuado por causa do déficit fiscal nos EUA.

Como o governo George W. Bush --que começou em 2001-- gasta mais do que arrecada, foi obrigado a emitir mais títulos de dívida para se financiar. Dessa maneira, coloca mais dólares em circulação no mercado, o que favorece a queda no preço da divisa.

Recentemente, outros fatores passaram a contribuir para a queda. O primeiro é a diferença da taxa de juros norte-americana em relação às dos demais países: nos EUA, a taxa apresenta tendência de baixa, enquanto em outros lugares segue estável. Depois, vem a explosão dos preços das commodities agrícolas e metálicas, que favorece as contas externas dos países que são grandes exportadores, Brasil incluído.

"E o país tem atraído recursos também para aplicações de longo prazo e investimentos no setor produtivo", explica Filipe Albert, economista da consultoria Tendências.

No mercado, a sensação é de continuidade na queda da cotação da moeda americana. Ansanelli, do Fibra, ainda trabalha com a previsão de dólar a R$ 1,65 no fim do ano. "Mas, dado o atual cenário, a cotação pode descer abaixo disso."

Mesmo que muitos economistas apontem os efeitos nocivos do dólar baixo, como o encarecimento das exportações, ninguém espera que o governo anuncie medidas para reverter o rumo da moeda. O aumento das importações também pode prejudicar os fabricantes nacionais.

No momento, o BC tem se limitado a fazer leilões, praticamente todos os dias, para adquirir dólares dos bancos --operação que pouco tem surtido efeito sobre a cotação.

"Qualquer medida tomada agora iria contra os fundamentos do movimento atual. Portanto, não teria um resultado consistente e duradouro", afirma Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK.
"O câmbio depende é do mercado", completa.

Fonte: Folha Online

Desenvolvido por Agência Confraria

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) utiliza alguns cookies de terceiros e está em conformidade com a LGPD (Lei nº 13.709/2018).

CLIQUE AQUI e saiba mais sobre o tratamento de dados feito pelo SMC. Nessa página, você tem acesso às atualizações sobre proteção de dados no âmbito do SMC bem como às íntegras de nossa Política de Privacidade e de nossa Política de Cookies.