Portal do SMC - Acesse aqui

Fique Ligado

Patrões querem vincular debate à discussão da reforma tributária

Patronato topa reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais, desde que o Governo reduza carga tributária, com desoneração da folha, crédito mais acessível e redução de impostos

A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais é uma discussão que tem se intensificado no setor empresarial, depois que as centrais sindicais levaram o tema para debate no Congresso Nacional, na última semana. As entidades do setor industrial e comercial já tem opinião formada quanto a redução da jornada: são contra, a menos que se discuta, junto, a reforma tributária.

As organizações acreditam que o assunto tem um peso político maior que o trabalhista e que não um tema dessa importância não deve ser tratado de modo isolado. Os empregadores, no entanto, preferem não comentar a questão, para evitar conflitos com os sindicatos.

Diversas empresas do Grande ABC foram procuradas pela reportagem para falar sobre a redução da jornada. Mas os executivos disseram que o assunto é muito delicado e que preferiam não se pronunciar. Em off, alguns empresários revelaram que a posição das empresas pode gerar problemas com o sindicato. Por isso, preferem que as associações e outras entidades empresariais comentem o assunto.

Representantes

Para diretor do Ciesp de São Bernardo Mauro Miaguti, o projeto de mudança na jornada tem um viés mais político do que prático. "Não existe mágica. Reduzir a carga horária vai fazer com que alguém pague essa conta, e todos já sabem que é: a sociedade", afirma.

O empresário explica que não é contra a redução da jornada de trabalho, mas afirma que ela não pode ser feita sozinha. "Sou contra fazer dessa forma, imposta, sem discutir desoneração das empresas, encargos”.

E segue: “Está na hora do Governo também fazer a sua parte, devolver um pouco dos impostos pagos por empresas e trabalhadores em forma de redução da carga tributária. Isso, sim, geraria emprego, melhores salários, consumo e fomentaria o ciclo de crescimento econômico do País de forma sustentável", argumenta Miaguti.

A assessora econômica da Fecomercio, Kelly Cavalho, partilha da mesma idéia sobre contrapartidas para a mudança na jornada. Para ela, se não houver incentivo - desoneração da folha de pagamento, crédito mais acessível, redução das alíquotas de impostos - a alteração da lei que regulamenta a carga horária semanal de trabalho poderá implicar em desemprego, por conta da elevação dos custos para as empresas.

"Estimamos que será um aumento de 10% no custo da empresa com a redução de 10% da jornada, sem contar a perda produtiva. Isso ainda pode levar à troca de funcionários, com a contratação de mão-de-obra mais barata e elevação de informalidade para quem está desempregado", comenta a assessora.

Kelly é contra a alteração da Constituição Civil, como sugerem as centrais. A representante da Fecomercio acredita que a mudança deveria ser negociada setorialmente entre sindicatos e empresários. "Cada um sabe de suas necessidades, de como isso poderia ser feito. Não pode ser imposto, pois pequenas e micro empresas não conseguiriam se adaptar", diz.

Fonte: DIAP

Desenvolvido por Agência Confraria

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) utiliza alguns cookies de terceiros e está em conformidade com a LGPD (Lei nº 13.709/2018).

CLIQUE AQUI e saiba mais sobre o tratamento de dados feito pelo SMC. Nessa página, você tem acesso às atualizações sobre proteção de dados no âmbito do SMC bem como às íntegras de nossa Política de Privacidade e de nossa Política de Cookies.