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Sindicalismo debate estratégias de defesa contra possível retração de mercado causada pelos EUA

A economia brasileira precisa se preparar para uma possível crise a partir de dezembro, sendo que os sindicatos terão papel fundamental na defesa do trabalhador. Foi o que afirmou o supervisor dos Observatórios do Trabalho da direção nacional do Dieese, Sérgio Mendonça. O especialista palestrou na reunião da Executiva Nacional da Força Sindical, ocorrida segunda-feira (7), em Praia Grande (SP). 
 
Sérgio Mendonça ressaltou que a possível alta da inflação no Brasil deve surgir como conseqüência de uma política de defesa dos Estados Unidos, que se fortaleceria logo após as eleições presidenciais que ocorrem em novembro de 2008. Os maiores prejudicados são os trabalhadores brasileiros que ganham até três salários mínimos. “Para nós, a única saída é debater a questão salarial com moderada agressividade”, diz.
 
Uma das medidas de proteção ao trabalhador que deve ser utilizada nas negociações sindicais, de acordo com Mendonça, é o reajuste em benefícios como vale mercado e vale refeição, pois a inflação vai prejudicar em especial as pessoas que gastam considerável quantia de seus salários com a alimentação. A outra medida fica por conta  de negociar o abono fixo para os pisos das categorias que recebem até três salários.
 
Crise econômica dos EUA no Brasil
Diante da dependência do petróleo e da alta nos preços da gasolina nos Estados Unidos, Sérgio Mendonça indicou um possível ajuste na economia deste país na tentativa de inverter a situação, o que causaria conseqüências em países que vivem em um ciclo econômico favorável, entre eles China, Índia e Brasil.
 
O supervisor dos Observatórios do Trabalho do Dieese afirma que o dinheiro brasileiro está artificialmente valorizado. Com o Real muito alto, compromete-se a exportação do país, facilitando a importação e podendo colocar a economia em crise. “O câmbio não pode ficar tão valorizado como está. Está produzindo um déficit externo perigoso para o Brasil. O câmbio de equilíbrio não existe. Se o nosso dinheiro está valendo muito, é claro que está vindo uma enxurrada para cá”, afirma.
 
Também existe a necessidade de se trabalhar na política agrícola, que como indica Mendonça, é primordial para a economia brasileira, por ser relevante para os lucros da exportação, mas também, que precisa ter seus valores controlados para não prejudicar a classe trabalhadora brasileira que pode ser atingida pela possível crise inflacionária e desaquecimento da economia brasileira.
 
Uma das medidas é a precaução para que diversos produtos continuem sendo plantados.
“Se a nossa agricultura virar cana e soja, teremos problema. Por isso que o conjunto de culturas, milho, feijão, arroz, tem que estar preservado. Temos que ter uma política agrícola que precisa envolver seguro, voltar a discutir preço mínimo para a garantia de produção”.
 
Outro exemplo citado pelo especialista do Dieese para segurar a inflação foi o de baixar o valor da gasolina, sem subir o preço do óleo diesel. “Se você pudesse fazer uma política clara de segurar esses preços em um país que tem sua auto-suficiência de petróleo seria ótimo. Mas a Petrobras tem ações na bolsa da Nova Iorque, então precisa fazer preço internacional. Se o Brasil fizer isso a inflação sai de controle”.
 
Mendonça finaliza explicando sobre o que representa a economia dos Estados Unidos para o mundo, ao lembrar que qualquer interferência dos bancos norte-americanos causa impacto até mesmo em países como Inglaterra, Alemanha, entre outros. “A China talvez esteja um pouco protegida, mas é muito pouco para compensar uma recessão americana. A economia dos norte-americanos representa 30% do mundo inteiro, mas o sistema financeiro americano tem representação de mais de 80%. Eles ajustam a economia como querem, quando se sentem ameaçados. Ser a situação se complicar e os norte-americanos fazerem o ajuste deles, teremos que nos defender. Não é simples se defender em uma conjuntura favorável”.

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