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GM investirá R$ 10 bi nas duas fábricas paulistas após receber incentivos do Estado

Sem disfarces, apenas 10 dias após o governo de São Paulo anunciar a criação do IncentivAuto para estimular novos projetos de fabricantes de veículos no Estado, a GM foi a primeira a se candidatar a receber o desconto máximo de ICMS, de 25%, previsto no programa, ao anunciar que investirá R$ 10 bilhões em suas duas fábricas paulistas, em São José dos Campos e São Caetano do Sul, no período 2020-2024. O anúncio foi confirmado na terça-feira, 19, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, pelo presidente da GM América do Sul, Carlos Zerlenga, e o governador João Doria, que disse ter conseguido “reverter a decisão da empresa, que em dezembro era de fechar as duas fábricas”, enfatizou. 
 

“Pensei que este dia não iria chegar. Em dezembro tínhamos um problema sério, que era o destino das nossas fábricas no Estado de São Paulo. Graças a negociações com os governos, fornecedores, concessionários e sindicatos, conseguimos hoje anunciar este investimento de R$ 10 bilhões, que serão aplicados em novos projetos e tecnologias”, disse Carlos Zarlenga.


 

Falando para uma sala lotada de concessionários, empregados e sindicalistas, sentado ao lado do governador e seus secretários, Zarlenga elogiou o que chamou de “velocidade de reação deste governo, que nunca vi antes em 30 anos pelos diversos países onde trabalhei”. Também relatou que o presidente da GM Americas, Barry Engle, havia dito que “duvidava que o acordo no Estado de São Paulo iria sair”. Engle, que já trabalhou no Brasil como presidente da Ford e depois voltou para presidir a GM Soutn America, estava confirmado para o anúncio da terça-feira, mas não pôde vir. 

Zarlenga disse que os aportes nas duas fábricas deverão consumir partes quase que equivalentes do programa de investimentos. Após duas semanas de negociações, no início de fevereiro a GM conseguiu fechar acordo com os empregados de São José e o sindicato local informou que a planta receberá R$ 5 bilhões, em troca de congelamento de reajustes salariais e redução de benefícios. Segundo apurou Automotive Business, lá será fabricada a nova geração da picape S10 e um SUV derivado, o que já estava planejado com fornecedores no ano passado. A unidade, que hoje emprega 4,8 mil pessoas, foi a única da empresa no Brasil a ficar de fora do programa de R$ 13 bilhões que a empresa diz ter aplicado de 2015 a 2019. 

Em São Caetano a GM já tinha fechado em 2017 acordo até 2020 com os 9,3 mil empregados de sua mais antiga fábrica em operação no País, inaugurada em 1930, em troca de investimentos de R$ 1,2 bilhão na unidade, que passou por reformas para ampliar sua capacidade de 250 mil para 330 mil veículos/ano e vai produzir, possivelmente a partir de dezembro, o primeiro SUV compacto nacional da fabricante. As negociações trabalhistas na unidade serão retomadas no ano que vem. 
 

AMEAÇA ERA FECHAR AS FÁBRICAS


 

O governador Doria revelou que as negociações com a GM começaram antes mesmo de sua posse. “Em dezembro, quando já estava eleito mas só assumiria em janeiro, o Marcos Munhoz (vice-presidente da empresa) me ligou e disse que tinha um assunto urgente a tratar. No dia seguinte nos reunimos e ele comunicou que a direção global da GM tinha decidido fechar suas duas fábricas no Estado. Não trouxe pedidos, era só o comunicado de uma decisão tomada. Disse então que tentaria reverter e o Munhoz duvidou que isso fosse possível, pois era uma determinação da CEO Mary Barra”, contou Doria. “Liguei então para o Henrique Meirelles (secretário estadual da Fazenda) que estava de férias em Miami (EUA) e ele ligou para o Barry Engle, presidente da GM Américas. Pedimos 60 dias para negociar e achar uma solução. Assim conseguimos não só revertemos o que seria uma péssima notícia, de a empresa sair do Estado, como agora teremos este investimento de R$ 10 bilhões anunciados hoje”, relatou. 

Em janeiro, após regressar de reuniões na matriz da GM nos Estados Unidos, Zarlenga enviou e-mail a funcionários dizendo que seriam tomadas duras decisões que exigiriam “o sacrifício de todos” para estancar prejuízos por anos seguidos da empresa no Brasil que “não poderiam mais se repetir”. Dias depois, em reunião com sindicalistas e prefeitos de São José e São Caetano, o executivo negou o fechamento de fábricas, mas disse que elas ficariam sem investimentos caso a reestruturação não fosse feita. Contudo, pelo que Doria contou, a intenção era sim fechar as unidades. 

Doria e Zarlenga agradeceram de público os fornecedores, trabalhadores, prefeitos, concessionários e sindicalistas que também fizeram sua parte ao concordar com congelamento e reduções de preços e remunerações. “Iríamos perder algo como 15 mil empregos diretos e 65 mil indiretos. Com o entendimento que fizemos vamos preservar os empregos no Estado, além de gerar mais 400 a 800 vagas e a GM, que já é líder de mercado, poderá dar um salto de competitividade e inovação com este investimento”, avaliou Doria. 

Zarlenga destacou que não falta competitividade às fábricas nacionais de veículos. “Temos aqui fábricas tão ou até mais eficientes que boa parte do mundo. O problema é a falta de eficiência fiscal. Quase 50% de nossas receitas são pagos em impostos. Os governos sabem disso e que precisam fazer algo para tornar o País competitivo globalmente. Veja o exemplo da Coreia que tem mercado de 1 milhão de veículos/ano mas produz 5 milhões, porque exporta. Imagine se pudéssemos fazer o mesmo no Brasil, que só internamente pode vender mais de 3 milhões”, comparou.

Fonte:Automotive Business

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