Lula mostra mais uma vez confiança na aprovação da CPMF
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva voltou a afirmar nesta segunda-feira que está confiante na
aprovação da proposta de prorrogação da CPMF, que deve ser votada no plenário
do Senado na terça-feira. Durante programa semanal de rádio, Lula disse que o
governo continua disposto a negociar com a oposição para garantir a cobrança do
imposto do cheque até 2011.
"Eu acredito que ela será aprovada pelo Senado por duas razões. Primeiro
porque eu acho que o senadores são responsáveis... e também porque eu acho que
tem momento em que a gente faz debate, tem momento em que a gente discute, tem
momento em que a gente faz oposição, mas tem um momento em que a gente vai
votar", afirmou Lula durante o programa "Café com o Presidente".
O governo vem enfrentado forte oposição dentro do Senado em relação à proposta
que prorroga a vigência do imposto do cheque, tributo que garante cerca de 40
bilhões de reais ao ano para os cofres públicos.
Senadores do DEM e do PSDB são os mais resistentes à proposta de prorrogação da
CPMF, mesmo considerando as concessões já feitas pelo governo para garantir a
continuidade da contribuição, como a redução gradual da alíquota do tributo
--atualmente em 0,38 por cento-- e a isenção da cobrança para quem ganha até
2.894 reais por mês.
Apesar da confiança, Lula afirmou que a disposição de votar a proposta na
terça-feira não significa que o governo vai "para o tudo ou nada".
"O governo está disposto a conversar... se alguém tiver proposta nova, que
a faça, o governo vai estudar cada uma dessas propostas. O que é importante é
que esse imposto tem que ser votado tal como ele foi aprovado na Câmara",
disse Lula.
A proposta de prorrogação da CPMF precisar ser aprovada em dois turnos no
Senado até o fim do mês. Se isso não acontecer, o governo terá que interromper
a cobrança a partir do início do próximo ano.
Mesmo diante das dúvidas sobre as reais chances de aprovação da proposta, Lula
disse que não trabalha com o possibilidade de ficar sem a CPMF a partir de
2008.
"Confesso que eu não penso na possibilidade de não ter esse imposto."
E insistiu: "O que é importante saber é o seguinte: os beneficiários da
CPMF são as pessoas mais pobres do país".
Fonte: Estadão