Os alimentos que compõem a cesta básica ficaram, em média, 5,14% mais baratos em Curitiba no mês passado, na comparação com agosto.

É o que mostra a pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

Foi a segunda queda consecutiva; em agosto, a redução havia sido de 5,88%. Nos últimos dois meses, a queda acumulada é de 10,72%.

Na prática, o trabalhador curitibano gastou, em setembro, R$ 79,00 menos na aquisição de alimentos para uma família do que em julho, quando o custo era estimado em R$ 732,90. Em setembro, caiu para R$ 654,30.

“É uma queda significativa, à medida que a alimentação pesa entre 15% e 25% no orçamento familiar, dependendo a faixa de renda”, comentou Cid Cordeiro, economista do Dieese-PR.

Quanto menor a renda de uma família, maior o peso dos alimentos no orçamento doméstico, lembrou ele.

Segundo o economista do Dieese-PR, a queda generalizada é explicada pelo período de safra de alguns produtos - caso do tomate, do trigo, do leite, da batata - e da queda das commodities no mercado internacional, que reflete no mercado interno - o açúcar, a soja e o trigo são alguns exemplos.

Bolso do consumidor

Apesar da queda, muitos consumidores parecem não sentir os efeitos no bolso. “Os alimentos continuam caros, mas pelo menos os preços perderam fôlego, interromperam a trajetória de alta”, destacou Cordeiro.

Desde o início do ano, a cesta básica acumula alta de 16,49% em Curitiba; no últimos 12 meses, a variação é ainda maior, de 23,49%. Entre os produtos que mais subiram nos últimos 12 meses, destaque para o feijão, que custa quase o dobro do que em outubro do ano passado (alta de 98,60%), o arroz (alta de 42,76%), a banana (35,47%) e a carne (31,68%).

Na comparação com outras capitais, a queda de 5,14% na cesta básica de Curitiba foi a quarta maior entre 16 capitais pesquisadas pelo Dieese. Apenas duas capitais, Florianópolis e Rio de Janeiro, registraram aumento no preço dos alimentos em setembro, de 2,04% e 0,42%, respectivamente.

A maior queda foi verificada em Belém (-7,34%). Em valores, a cesta básica de Curitiba custou R$ 218,10, a sexta mais cara do País - a mais alta foi verificada em São Paulo (R$ 234,68) e a mais barata em Recife (R$ 167,76).

Higiene e limpeza

Ao contrário dos alimentos, os produtos de higiene e limpeza registraram em setembro alta de 0,19%. Os artigos de limpeza tiveram queda de 1,69%, influenciada principalmente pela queda no sabão em barra (-5,19%), cera para assoalho (-2,54%) e sabão em pó (0,92%). Já os produtos de higiene tiveram alta de 1,47%, com destaque para o aumento no preço do sabonete (8,83%), desodorante (9,23%) e condicionador (4,47%).

Fonte: Paraná Online