País transformou-se em um “um grande canteiro de obras”, avalia o Governo
Ao fazer o primeiro balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, destacou que o País transformou-se “em um grande canteiro de obras”.
A mensagem foi apresentada durante a apresentação de um vídeo institucional com os principais resultados do programa em 2007.
Infra-estrutura
No vídeo, o governo destaca as ações na área de infra-estrutura, como a licitação de sete trechos de rodovias federais e a conclusão das obras de duplicação da BR-060, em Goiás, e da BR-050, em Minas Gerais.
No setor aeroportuário, dos 20 terminais previstos no cronograma do PAC, as obras estão em andamento em 12. Uma delas é a reforma da pista do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Setor energético
O vídeo institucional também mostrou o andamento das obras de infra-estrutura energética. Depois do leilão que definiu o consórcio executor da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, o governo anunciou que pretende licitar até maio as obras da Usina de Jirau, também no Rio Madeira.
Já no setor de gás, de acordo com o balanço, foram executados 47% das obras do gasoduto Urucum-Manaus. O Programa Luz para Todos, as obras de saneamento e urbanização de favelas e o início da transposição das águas do Rio São Francisco foram apontados como os principais resultados dos investimentos um infra-estrutura social no primeiro ano do PAC.
Segundo a ministra Dilma Rousseff, o próximo balanço do programa será anunciado em maio.
Críticas ao PAC
Lançado há um ano pelo governo federal, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aposta num tipo de modelo de crescimento econômico diferente das necessidades do país. Essa é a avaliação do pesquisador Carlos Tautz, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).
“Nossa necessidade é de desenvolvimento econômico e social. O PAC aposta na melhoria e na construção de infra-estrutura voltada para a exportação e a demanda do mercado externo”, observa. “Isso significa ratificar um modelo de crescimento econômico que vem sendo adotado no Brasil desde 1500 e que produziu as injustiças sociais que são vistas hoje.”
Repetição de ações
O pesquisador diz também que o PAC repete projetos de governos anteriores e afirma que os investimentos em infra-estrutura não garantem o desenvolvimento do país. “Eles podem fazer com que alguns setores da economia tenham alguma vitalidade, como os exportadores, mas necessariamente não significam desenvolvimento econômico e social para o país como um todo”, afirma.
Positivo mas insuficiente
Tautz, no entanto, admite que o PAC é positivo por retomar o investimento em algumas áreas de infra-estrutura social, como saneamento e habitação. “É bom que se faça isso, mas ainda é insuficiente para zerar os déficits nessas áreas”, ressalta.
“É inconcebível que o Brasil, do porte da sua economia, no século 21, ainda tenha um nível tão baixo de atendimento aos serviços de saneamento e um déficit habitacional tão alto”, acredita.
Fonte: DIAP