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Consumidor paga mais para financiar o carro

O aperto no crédito provocado pelas turbulências nos Estados Unidos já começa a bater no bolso do brasileiro que pretende assumir financiamentos de longo prazo. Financeiras e bancos subiram, nos últimos dias, de um a dois pontos porcentuais ao ano a taxa para venda de veículos a prazo. O movimento ainda é discreto e equivale a alguns reais a mais no valor da prestação, elevação insuficiente para desacelerar as vendas financiadas, já que os prazos longos de pagamento não foram alterados.

O motivo da subida das taxas ao consumidor dos financiamentos de longo prazo é a elevação das taxas de juros no mercado futuro, que balizam o custo de captação dos empréstimos de longa duração. Na sexta-feira, por exemplo, o contrato de juros no mercado futuro negociados na BM&F com vencimento previsto para janeiro de 2009 apontava para uma taxa de 11,92% ao ano. Ontem, esse mesmo contrato indicava uma taxa de juros de 11,97% ao ano. A alta é de 0,05 ponto porcentual.

"Os juros já subiram", afirma o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Érico Ferreira. Ele destaca que a alta vem ocorrendo desde o fim do ano passado, antes mesmo de a crise americana ter voltado à tona. Além das turbulências recentes, perspectivas de que a inflação volte a se acelerar e o Banco Central mantenha a taxa básica de juros por um período mais longo fizeram acender o sinal de alerta para as instituições financeiras.

Uma pesquisa informal realizada pelo economista Ayrton Fontes, da agência de varejo automotivo MSantos, revela que a taxa média efetiva dos financiamentos de veículos oscila hoje entre 1,24% a 1,6% ao mês ante 0,99% ao mês no fim do ano passado, mas os prazos, que chegam a 84 meses, foram mantidos. "Houve um ligeiro aumento nas taxas ", diz ele. Num veículo zero cujo preço à vista seja de R$ 25 mil o acréscimo no valor da parcela do financiamento em 72 vezes é de R$ 32,25.

No Itaú, por exemplo, os juros anuais no financiamento dos carros, em CDC e leasing, aumentaram entre 1 a 2 pontos, informa o vice-presidente, Marco Bonome. Já os prazos não foram alterados e vão até 72 meses, embora a maior parte dos contratos seja de até 60 meses, informa o executivo. Com carteira de R$ 30 bilhões, o Itaú é o maior no ramo de financiamentos de carros no País.

Já o Bradesco e o HSBC não confirmam mudanças nos financiamentos. "Estamos observando o cenário e não há mudanças em prazos ou taxas", afirma o vice-presidente do Bradesco, Norberto Barbedo.

O presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Luiz Montenegro, confirma a elevação das taxas dos financiamentos de veículos, mas pondera que a magnitude da alta é inferior ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo ele, os prazos não tiveram alterações.

Cledorvino Belini, presidente da Fiat, acredita que daqui para a frente deve haver restrição para prazos de 80 meses e que a maior oferta deve se centralizar em planos de 60 meses.

Apesar das alterações nas taxas, não houve redução no ritmo de vendas. Um feirão de quatro concessionárias da GM realizado no fim de semana vendeu 600 veículos novos, conta Fontes. No mercado total, as vendas já cresceram mais de 30% este mês ante janeiro de 2007. Para Ferreira, o crédito ao consumidor deverá crescer este ano entre 15% e 20%.

NÚMEROS

1,6% ao mês é quanto pode chegar a taxa de financiamento de veículos

0,99% era a taxa dos financiamentos no fim do mês passado

72 meses é o prazo máxino de financiamento de veículos em bancos como o Itaú, por exemplo

30% é quanto já cresceram as vendas este mês, em relação a janeiro de 2007

Fonte: Estadão

Desenvolvido por Agência Confraria

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