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Falta de álcool preocupa e já se fala em reajuste no preço

Os motoristas do Paraná podem ter problemas para abastecer seus carros com álcool nos próximos dias. Alguns postos de combustíveis estão recebendo menos álcool do que o esperado e a escassez, diz o presidente do sindicato que representa esses estabelecimentos (Sindicombustíveis), Roberto Fregonese, pode encarecer o produto. “Não temos falta ainda. Mas já há uma preocupação, porque isso pode acontecer se a situação se prolongar.” Segundo a federação nacional do setor (Fecombustíveis), há desabastecimento em outros cinco estados – Minas Gerais, Amazonas, Pará, Goiás e no interior de São Paulo – e no Distrito Federal.

O problema ocorre tanto no caso do álcool hidratado, usado como combustível, como no do etanol anidro, que é misturado à gasolina. A dificuldade maior, dizem as entidades, acontece na BR Distribuidora. De acordo com a Fecombustíveis, apenas um terço dos postos do Paraná ligados à distribuidora teriam recebido o produto nesta semana. “Até em função de ter um volume maior de vendas, a Petrobras tem sentido mais o problema. Mas estamos vendo contingenciamento em todas as bandeiras”, diz o presidente do sindicato no Paraná. Já na sexta-feira, segundo Fregonese, não havia álcool combustível em Guarapuava. E ontem os caminhões que estavam nas distribuidoras em Araucária possivelmente não conseguiriam encher seus tanques, porque não havia mais combustível disponível.

Durante todo o dia, vários caminhões ficaram estacionados no pátio do Terminal de Araucária, mas as distribuidoras não confirmaram que estava faltando álcool.

Fregonese diz ainda que, do início do mês pra cá, o preço de compra do álcool já subiu 6%. No caso do álcool anidro (que é misturado à gasolina) o aumento foi de 3,48% entre 28 de abril e 9 de maio. “E do dia 9 para cá houve aumento de mais 2,15%. Na gasolina, isso significa cerca de R$ 0,02 por litro. No curto prazo, o mercado segura essa diferença. Mas se a situação se mantiver, será necessário repassar o aumento para as bombas.”

Na segunda-feira, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, disse que a falta de álcool em postos de combustíveis é passageira e que não há perigo de desabastecimento. “Nós estamos monitorando essa questão e temos a convicção de que é uma coisa passageira e se resolverá com rapidez.”

Motivos
Para Fregonese, do Sindicombustíveis, a explicação para a escassez de álcool no Paraná está na tentativa dos próprios produtores de garantir melhores preços para o produto – que, para isso, estariam segurando o combustíveis nas usinas. “Em pleno início de safra, não há porque estarmos passando por esse tipo de situação.”

O presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, nega e diz que o problema não está na produção. “Não há boicote nem sonegação de venda por parte dos produtores. Estamos vendendo normalmente”, diz. “E mais: a produção está sendo 30% maior do que a do ano passado nesse mesmo período. O Paraná vai colher uma safra recorde.”

O presidente da Alcopar diz ainda que a tendência dos preços, nas usinas, é de queda. O litro do álcool era vendido para as distribuidoras a R$ 0,87 ontem – na semana passada, o preço era de R$ 0,91.

A União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) informou, em nota, que não há falta do produto ou qualquer comprometimento do abastecimento de álcool em nenhuma região do país. A entidade admitiu “dificuldades para produção que ocorreram no início da safra 2008/09, essencialmente causadas pelo excesso de chuvas”, mas garantiu que elas foram superadas e que a moagem segue seu ritmo normal. A Unica defende-se dizendo que o problema de desabastecimento está nas distribuidoras.

Mas a explicação da BR Distribuidora também está na chuva – que teria dificultado a moagem de cana-de-açúcar e prejudicou a produção do álcool nas usinas. A empresa informou, em nota, que por isso as usinas não puderam entregar o produto conforme previamente contratado.

A distribuidora informa ainda que “solucionou a quase totalidade das ocorrências de oferta de álcool registradas nos últimos dias.” E ressaltou que não houve nenhuma política ou ação que resultasse na redução de seus estoques. “Houve, de fato, problemas pontuais ocasionados por sobredemanda. Essa conjuntura afetou todo o mercado de distribuição de combustíveis e não apenas a rede de postos Petrobras”, informou a nota.
Fonte: Agência Estado

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