Muita gente já ouviu aquela conversa de que “ah mas a mulher, a criança, estavam com roupas sensuais, daí pediram para sofrer abuso sexual”. Infelizmente esse discurso é usado para colocar a culpa nas vítimas desse tipo de crime. Algo surreal e inaceitável.

Não podemos caminhar nesse retrocesso. Precisamos sim combater e responsabilizar quem pratica a pedofilia. Relativizar com erotização e tentar colocar a culpa nas vítimas e até na classe social é aumentar a impunidade para quem comete abuso e exploração sexual de crianças.  

Enquanto houver esse discurso baseado no falso moralismo das “famílias de bem”, dados sobre violência sexual só aumentarão no nosso país.

Segundo o estudo do Unicef “Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil”, de 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual (uma média de 45 mil por ano).

Nesse sentido o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba(SMC) repudia o projeto de lei nº 445(2 de junho de 2022) do vereador de São José dos Pinhais, Gilberto Mello(Cidadania), que institui a “Semana de Combate a Erotização da Infância no Munícipio”, a ser realizada anualmente de 8 a 14 de outubro. Defedemos uma campanha de combate à pedofilia e naõ de uma que fala em "erotização" de crianças  tentando colocar na vítima  a culpa  pelo crime do pedófilo. 

Em contrapartida o SMC cobra uma atuação mais intensa do poder público baseado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), regulamentado pela Lei Federal nº 8.069/1990, sendo o principal marco legal e regulatório dos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil.