A primeira impressão de quem o via pela primeira vez era a de que era um cara ranzinza, sério, bravo... mas a impressão se desfazia logo nos primeiros minutos de conversa quando Pedro Celso Rosa deixava transparecer um sujeito boa praça, gozador, solidário. Jeito firme e sério mesmo somente na mesa de negociação ou em cima do caminhão de som, quando se tratava de defender o trabalhador.  Determinado, não amolecia na negociação e só sossegava quando arrancava um benefício para os trabalhadores. 

Além da boa conversa, o que amolecia mesmo o coração do Pedrão era a família. O maior orgulho da sua vida, dizia, foi ver seu filho,  Jefferson Allhanser, formado em Direito. Conquista que celebrou muito junto com sua outra paixão,  a esposa Jusselene, companheira de mais 30 anos de vida conjugal. 

Nascido no ano de 1.965, em  Joaquim Távora, norte do Paraná, Pedro Celso, veio muito cedo para Curitiba para ganhar a vida. Ainda um “piá”, começou a trabalhar na antiga ABS Bombas, hoje, Sulzer, e aí despertou sua militância e luta em defesa dos direitos dos trabalhadores. Em 1984, com apenas 19 anos de idade, se associou ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, revelando a consciência precoce sobre a necessidade da união dos trabalhadores por melhores salários.  Devido a sua atuação e liderança passou a ser delegado de base do SMC. No ano 2.000, é convidado para integrar a diretoria executiva do Sindicato como diretor de formação sindical.  Negociador ferrenho, se torna responsável pela regional de Araucária do SMC, liderando a luta dos metalúrgicos das empresas da região. 

“Pedro Celso foi um grande companheiro de luta, sempre demonstrando enorme capacidade de liderança. Ajudou a organizar a luta nas empresas da região de Araucária conquistando acordos que se tornaram referência para as demais categorias da região”, destaca o presidente do SMC, Sérgio Butka. 

Em 2011, sua liderança passa a ser nacional quando é eleito Secretário Geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM). Com sua experiência, conquistada nas lutas do chão de fábrica, roda o país auxiliando na reestruturação de vários Sindicatos dos Metalúrgicos e ajudando a organizar a luta por melhores salários e condições de trabalho. Sendo uma voz atuante da categoria a nível nacional, auxilia na difícil tarefa de unificação da luta pelas bandeiras defendidas pelo movimento sindical brasileiro. Devido ao trabalho desempenhado é reeleito mais duas vezes como secretário geral da CNTM. 

“Pedro Celso Rosa se destacava por sua liderança em defesa da categoria metalúrgica, por seu companheirismo e por sua participação na organização de inúmeros eventos, debates e ações sindicais”, relata o presidente da CNTM, Miguel Torres.

É por ser esse grande exemplo de luta, companheirismo e amizade, que o movimento sindical brasileiro sentiu um grande baque o saber do seu falecimento, ocorrido nesse domingo, dia 26 de fevereiro, com apenas 58 anos de idade.   Foram muitas as mensagens de condolências, pêsames e lamento pelo passamento desse grande companheiro de batalha em favor de um Brasil melhor e mais justo para todos. 

A família metalúrgica da Grande Curitiba se orgulha muito de ter em sua história uma dirigente guerreiro como Pedro Celso. Seu exemplo, sua militância e sua garra permanecerá viva e é nossa responsabilidade continuar o legado deixado pelo grande Pedro Celso Rosa.  

Que o companheiro esteja olhando por nós. Segue em paz, Pedro Celso.