Brasil gasta R$ 71 bilhões por ano com acidentes de trabalho
Número alarmante mostra que o país ainda tem muito a fazer para diminuir acidentes no trabalho. Entre os grupos mais vulneráveis acidentes estão as crianças, os jovens e os terceirizados
R$ 71 bilhões por ano. Esse é o custo para as empresas e a sociedade brasileira quando se fala em acidentes de trabalho. O número é alarmante e mostra que o Brasil ainda tem que comer muito feijão com arroz na luta para por em prática mecanismos eficientes de prevenção e fiscalização visando a diminuição dos casos de acidentes e morte no ambiente de trabalho.
O número astronômico foi revelado durante o Seminário de Prevenção de Acidentes do Trabalho, em Brasília. Este valor representa cerca de 9% da folha salarial anual dos trabalhadores do setor formal no Brasil, que é de R$ 800 bilhões.
Grupos mais vulneráveis
Crianças, jovens e trabalhadores terceirizados são os mais vulneráveis aos acidentes de trabalho segundo pesquisa da médica Maria Maeno, mestra da Universidade de São Paulo (USP). Pela pesquisa, acontecem em média no Brasil 5.353 acidentes por ano com menores de 18 anos, ou seja, dois por dia.
Já os terceirizados tem 5,5 maior risco de sofrer acidentes de trabalho do que os trabalhadores efetivos. Segundo Maria Maeno, as principais razões para isso devem-se ao ritmo de trabalho imposto pelas empresas terceirizadas, que se comprometem a cumprir prazos pelo menor preço e, em algumas vezes, a falta de cuidado do trabalhador. “A intensificação do trabalho com longas jornadas e a imposição de condições perigosas e penosas revelam a precarização social”, diz a médica.
Para chegar ao valor de R$ 71 bilhões foi somado os custos para a sociedade e para as empresas:
Custos para a sociedade
- Previdência Social, Sistema Único de Saúde (SUS) e gastos judiciários
Para as empresas os custos dividem-se em dois:
• Custos segurados: valor gasto para se fazer seguro de acidentes de trabalho;
• Custos não segurados: refere-se ao gasto gerado pelo próprio acidente, como: perda da mão de obra qualificada, despesas com afastamento do acidentado, perda de valor de mercado e exposição negativa na mídia, além de processos judiciais.
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