Suspensos, sindicalistas continuam acampados em frente à Renault
Suspensos pela direção da Renault por lutar contra o excesso de horas extras, os delegados de base do Sindicato na empresa, Robson Vieira da Silva (Jamaica) Alceu Luiz dos Santos, Irineu Carvalho da Cruz e Gilberto Miranda de Oliveira, continuam acampados em frente à fábrica, em São José dos Pinhais. Desde 21 de janeiro, quando foram suspensos, os quatro estão realizando o protesto, que ainda não tem data para acabar. No próximo dia 7 de fevereiro, SMC e Renault se reúnem novamente para discutir a situação dos metalúrgicos.
Na última reunião de diretoria do SMC, ocorrida na segunda, 28, o presidente Sérgio Butka e demais diretores se solidarizaram com os trabalhadores suspensos. “O excesso de horas extras é comprovadamente prejudicial à saúde do trabalhador. A incidência de doenças ocupacionais aumenta cada vez mais na Renault. Precisamos evitar que ações de represália como essa que a empresa tomou não ocorram também outras indústrias do setor”, afirmou Butka. Na ocasião, o SMC denunciou o caso ao novo superintendente regional do trabalho, João Graça, que afirmou que haverá uma fiscalização na fábrica.
Robson Vieira da Silva, o “Jamaica”, um dos quatro sindicalistas suspensos, contou que os trabalhadores da Renault estão solidários com a sua situação e de seus companheiros. “Apesar da empresa falar para eles evitaram de vir falar conosco, eles vêm aqui, trazem uma lanchinho, uma palavra amiga. Estão solidários conosco”, disse Jamaica.
O sindicalista contou também que, devido ao fato de a delegação sindical não estar mais atuando dentro da fábrica, as horas extras aumentaram ainda mais. “Antes, a produção de carros era de 42 veículos por hora. Agora, está em 44. Isso que a empresa praticamente impôs a realização de horas extras na terça e na quinta. Nesses dias, o expediente vai das 14h40 à 1h10 da manhã, sendo que o normal seria até às 23h. Isso é um absurdo”, reclama Jamaica.
No próximo dia 6, membros do Comitê do Grupo Renault (CGR), representantes dos trabalhadores da montadora a nível mundial, chegam ao Brasil para acompanhar o caso. Segundo Jamaica, eles também estão solidários à luta dos sindicalistas paranaenses. “Esperamos que isso seja resolvido o quanto antes. Não vamos nos render à força do capitalismo selvagem. Nossa missão é e sempre vai ser a de defender a classe trabalhadora”, finaliza Jamaica.
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