Metalúrgicos Renault dão 72h para empresa discutir quarentena com Sindicato
Segundo SMC, empresa não tem peça e nem volume de produção necessário para manter metalúrgicos no chão de fábrica
Em assembleia liderada pelo Sindicato do Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) na porta de fábrica hoje (8) a tarde, com os devidos cuidados de distanciamento, a maioria dos metalúrgicos da Renault, em São José dos Pinhais, aprovou prazo de 72h (três dias uteis) para a montadora discutir o retorno da quarentena.
A decisão tomada na assembleia tem como objetivo prevenir os trabalhadores do risco de contaminação pelo Covid-19.
Agora o Sindicato fica à disposição da empresa para rediscutir a quarentena dentro do prazo de 72h aprovado. Caso contrário novos encaminhamentos serão colocados em votação na porta de fábrica, entre eles a possibilidade de levar esta questão aos órgãos de saúde.
Isto porque várias denúncias de trabalhadores chegaram à entidade alertando falta de peças e produção com volume muito abaixo da média, não atingindo nem 10% do padrão.
“Não existe necessidade nenhuma de expor os trabalhadores, principalmente numa situação dessa, onde há ociosidade e baixíssimo nível de produção. A Renault está indo na contramão do que outras empresas estão fazendo, de forma gradual, para evitar aglomeração no chão de fábrica. Ou seja, a empresa não adotou um planejamento coerente e coloca os metalúrgicos em alto risco de contaminação”, ressalta o presidente do SMC, Sérgio Butka.
O SMC está acompanhando esta situação na porta de fábrica e também através de denúncias recebidas pelos dirigentes sindicais desde o retorno dos cerca de 6 mil trabalhadores na última segunda-feira (04).
Pressão e redução salarial
Além do perigo da aglomeração diante da pandemia do coronavírus, muitos trabalhadores denunciaram ao Sindicato a tentativa da empresa em reduzir salários através de acordo individual baseado na MP 936 do governo federal. Eles alegam também pressão com ameaças de demissão.
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