Março Laranja ganha apoio de arte marcial
Força Sindical e academia de jiu-jitsu se unem para combater violência contra mulher
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Inicialmente voltado para realização de audiências públicas em diversas cidades do Estado, o projeto Março Laranja, da Força Sindical do Paraná, permanece recebendo apoio de segmentos da população. Em vez da cobrança pela criação de mecanismos municipais e estaduais de proteção à mulher em meios políticos, dessa vez a arte marcial aparece como nova aliada em busca de direitos básicos na questão de gênero.
A primeira academia de lutas a aderir ao Março Laranja foi a Confiance, de Jiu-Jitsu, em São José dos Pinhais. Um treinamento noturno com diversos atletas vestindo o uniforme da campanha de combate à violência contra a mulher, na quarta-feira (2/7), selou a parceria com a Força Sindical do Paraná.
De acordo com o professor de Jiu-Jitsu e proprietário da academia Confiance, Diego Carvalho, apoiar o Março Laranja de combate à violência contra a mulher faz parte dos princípios da arte marcial. “Abordamos muito o autoconhecimento da própria pessoa”, explica, relembrando que “a luta também estabelece padrões como o limite e o autocontrole a partir dos treinos” .
O professor de Jiu-Jitsu enalteceu não apenas a academia, como o esporte como um complemento à família. Algo que o aluno Paulo Cesar Oliveira garante ser verdade. Com 35 anos de idade, o eletricista pratica a arte marcial em São José dos Pinhais junto com o filho João Vitor Oliveira, 14 anos, e a filha Mayara Vitória Oliveira, 12. Algo que para ele é uma maneira de aproximar a relação entre ambos. “Agregou principio e disciplina, mas ajudou muito a entrosar”, conta.
Base familiar essa que auxilia não apenas no respeito com pai e mãe, mas inibe mesmo a violência ou atitude agressiva entre filho e filha. “Assim temos mais diálogo. Podemos trocar mais ideias”, conta Mayara sobre o ambiente em sua casa. No local, completa João Vitor, o Jiu-Jitsu se tornou não apenas um assunto entre pai e filho, mas também um esporte praticado por quase todos. “Montamos até um tatame em casa, pra ver nossas posições e assim reforçamos os treinos”, ressalta o garoto.
Na academia que existe há pelo menos dois anos e conta com estimados 300 alunos, de acordo com o proprietário, algumas mulheres completam o ambiente que é composto por adultos, adolescentes e crianças. Contingente que o também professor do local Cristian Max Eidan pretende “fazer a cabeça” para auxiliar na luta em defesa do Março Laranja. “É uma questão de cunho social, podemos ajudar por sermos também formadores de opinião e de caráter dos nossos alunos”, pontua.
Para o Secretário da Juventude Criança e Adolescente da Força Sindical Gilson Ricardo Santos Batista, esse início de parceria esportiva do Março Laranja poderá ser uma referência na atuação do projeto pelos princípios agregados. “A intenção é resgatar os pensamentos antigos das artes marciais junto ao professor, ao mestre, à bandeira, para levar o respeito entre homens e mulheres e criar um ambiente familiar”, finaliza.
Março Laranja
Organizado pela Força Sindical do Paraná, o Março Laranja cobra mecanismos de proteção e prevenção à violência contra mulher na capital e interior. Audiências públicas chegaram a ser realizadas nas cidades de Curitiba, Pontal do Paraná, Matinhos, São José dos Pinhais, Campo Largo, Araucária, Colombo, Fazenda Rio Grande, Maringá e Ponta Grossa.
Durante a campanha, lideranças do movimento já enfatizavam a gravidade da situação no Estado e a necessidade de uma “força tarefa” como o Março Laranja. “A situação chegou a um ponto crítico. Não podemos mais conviver com essa situação de extrema violência contra a mulher. Precisamos de atitudes concretas para combater o problema”, afirmou o presidente executivo da Força Sindical do Paraná, Sérgio Butka.
Entre 2009 a 2011, um total de 1.039 mulheres foram assassinadas no Brasil por feminicídio (morte em razão de gênero), média de 354 por ano. A cada quatro minutos, uma mulher é vítima de agressão no país. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo mostra ainda que o Paraná é o terceiro estado brasileiro com maior número de feminicídios: 7,24 a cada 100 mil. O primeiro é o Espírito Santo, com 11,24 mortes a cada 100 mil.
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Inicialmente voltado para realização de audiências públicas em diversas cidades do Estado, o projeto Março Laranja, da Força Sindical do Paraná, permanece recebendo apoio de segmentos da população. Em vez da cobrança pela criação de mecanismos municipais e estaduais de proteção à mulher em meios políticos, dessa vez a arte marcial aparece como nova aliada em busca de direitos básicos na questão de gênero.
A primeira academia de lutas a aderir ao Março Laranja foi a Confiance, de Jiu-Jitsu, em São José dos Pinhais. Um treinamento noturno com diversos atletas vestindo o uniforme da campanha de combate à violência contra a mulher, na quarta-feira (2/7), selou a parceria com a Força Sindical do Paraná.
De acordo com o professor de Jiu-Jitsu e proprietário da academia Confiance, Diego Carvalho, apoiar o Março Laranja de combate à violência contra a mulher faz parte dos princípios da arte marcial. “Abordamos muito o autoconhecimento da própria pessoa”, explica, relembrando que “a luta também estabelece padrões como o limite e o autocontrole a partir dos treinos” .
O professor de Jiu-Jitsu enalteceu não apenas a academia, como o esporte como um complemento à família. Algo que o aluno Paulo Cesar Oliveira garante ser verdade. Com 35 anos de idade, o eletricista pratica a arte marcial em São José dos Pinhais junto com o filho João Vitor Oliveira, 14 anos, e a filha Mayara Vitória Oliveira, 12. Algo que para ele é uma maneira de aproximar a relação entre ambos. “Agregou principio e disciplina, mas ajudou muito a entrosar”, conta.
Base familiar essa que auxilia não apenas no respeito com pai e mãe, mas inibe mesmo a violência ou atitude agressiva entre filho e filha. “Assim temos mais diálogo. Podemos trocar mais ideias”, conta Mayara sobre o ambiente em sua casa. No local, completa João Vitor, o Jiu-Jitsu se tornou não apenas um assunto entre pai e filho, mas também um esporte praticado por quase todos. “Montamos até um tatame em casa, pra ver nossas posições e assim reforçamos os treinos”, ressalta o garoto.
Na academia que existe há pelo menos dois anos e conta com estimados 300 alunos, de acordo com o proprietário, algumas mulheres completam o ambiente que é composto por adultos, adolescentes e crianças. Contingente que o também professor do local Cristian Max Eidan pretende “fazer a cabeça” para auxiliar na luta em defesa do Março Laranja. “É uma questão de cunho social, podemos ajudar por sermos também formadores de opinião e de caráter dos nossos alunos”, pontua.
Para o Secretário da Juventude Criança e Adolescente da Força Sindical Gilson Ricardo Santos Batista, esse início de parceria esportiva do Março Laranja poderá ser uma referência na atuação do projeto pelos princípios agregados. “A intenção é resgatar os pensamentos antigos das artes marciais junto ao professor, ao mestre, à bandeira, para levar o respeito entre homens e mulheres e criar um ambiente familiar”, finaliza.
Março Laranja
Organizado pela Força Sindical do Paraná, o Março Laranja cobra mecanismos de proteção e prevenção à violência contra mulher na capital e interior. Audiências públicas chegaram a ser realizadas nas cidades de Curitiba, Pontal do Paraná, Matinhos, São José dos Pinhais, Campo Largo, Araucária, Colombo, Fazenda Rio Grande, Maringá e Ponta Grossa.
Durante a campanha, lideranças do movimento já enfatizavam a gravidade da situação no Estado e a necessidade de uma “força tarefa” como o Março Laranja. “A situação chegou a um ponto crítico. Não podemos mais conviver com essa situação de extrema violência contra a mulher. Precisamos de atitudes concretas para combater o problema”, afirmou o presidente executivo da Força Sindical do Paraná, Sérgio Butka.
Entre 2009 a 2011, um total de 1.039 mulheres foram assassinadas no Brasil por feminicídio (morte em razão de gênero), média de 354 por ano. A cada quatro minutos, uma mulher é vítima de agressão no país. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo mostra ainda que o Paraná é o terceiro estado brasileiro com maior número de feminicídios: 7,24 a cada 100 mil. O primeiro é o Espírito Santo, com 11,24 mortes a cada 100 mil.
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