Com medo que sua proposta não fosse aceita, a Bosch apelou aos trabalhadores administrativos para que eles participassem da assembléia de madrugada e votassem a favor de sua proposta. Isso já é prática constante na Bosch, mostra que apesar de toda a ladainha da direção da empresa, de que as coisas iriam mudar com a nova administração, isso não aconteceu.

Desde o começo, o assédio aos trabalhadores continua, seja através das chefias, supervisores e até mesmo dos administrativos. Esses últimos ainda se submetem à uma situação vexatória, que é a de votar uma proposta que não atende às reivindicações do chão de fábrica.

Se por um lado o reajuste veio para janeiro, o abono de R$ 2 mil foi atendido (em duas parcelas), o vale-mercado e o programa de cargos e salários nem sequer a Bosch aceitou negociar.

Depois de toda essa intransigência, pressão, depois de muito assédio moral, a Bosch ainda quer que os trabalhadores compensem os dias de greve. A culpa não é nossa se a incompetência da empresa em negociar nos obrigou a cruzar os braços por quatro dias. No mínimo, esses dias deveriam ser bancados pela empresa. Mas como a assembléia de hoje de manhã aprovou a proposta, agora só nos resta saber se o 2º turno ratifica a decisão tomada na assembléia da manhã. Se houver a ratificação, vamos assinar o acordo.

Porém, não podemos esquecer a promessa da empresa de implantar novo plano de cargos e salários até fevereiro. Essa bandeira, e o vale-mercado, são prioridades dos trabalhadores boscheanos em 2010.

VALEU A VITÓRIA!
A LUTA CONTINUA, BOSCHEANOS!

Sérgio Butka,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e da Força Sindical do Paraná