EM REUNIÃO COM CENTRAIS SINDICAIS, SECRETARIO DE SAÚDE DO PARANÁ SE COMPROMETE A INSTALAR NA SEMANA QUE VEM COMITÊ DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS DO TRABALHADOR PARA DEBATER O COMBATE AO COVID-19
Comitê foi instituído por decreto pelo governo em agosto do ano passado, mas só agora vai sair do papel, graças a pressão das Centrais
Em reunião com as Centrais Sindicais, na tarde desta terça-feira (23), o secretário de saúde do Paraná, Beto Preto, se comprometeu a instalar o Comitê de Proteção aos Direitos do Trabalhador para debater medidas de combate ao Covid-1. O comitê é uma reivindicação das Centrais Sindicais e foi instituído por decreto do governo do Paraná em agosto do ano passado, mas ainda não havia saído do papel. De caráter tripartite, o decreto estabelece que deve ser formado pelas Centrais, o empresariado e o governo com o objetivo de assessorar o governo no combate à doença. “Estaremos convocando todas as entidades representativas para o estabelecimento definitivo do comitê até a segunda ou terça da semana que vem” disse o secretario.
“A instituição do comitê é muito importante porque até agora o governo estava ouvindo somente o lado patronal em relação ao Covid. Agora, com o comitê esperamos também ter voz para oferecer a nossa visão sobre a luta contra a doença e para manter a segurança e saúde do trabalhador”, diz o presidente da Força PR, Sérgio Butka.
A reunião girou em torno de três pontos: A instituição efetiva do comitê; a situação real da pandemia no estado e seu combate; a questão das atividades essenciais e a confusão que tem surgido em relação aos decretos estaduais e municipais que cada vez mais tem ampliado o leque das atividades essenciais sem estabelecer um debate consciente em relação a isso.
“É preciso que haja uma padronização desses decretos no estabelecimento do que é atividade essencial e o que não é. Por exemplo, o último decreto do governo estabelecia que as montadoras eram atividade essencial. Ora, isso é totalmente sem nexo nenhum. Onde está a atividade essencial em produzir carro? Isso pode esperar”, questionou o diretor da Força PR, Nelson Silva de Souza, o Nelsão.
O economista do Dieese, Sandro Silva, sugeriu que o debate em relação à pandemia deve focar não só a discussão do lazer, mas também há partir do trabalho. “Infelizmente, as autoridades e a mídia tem focado o debate somente na questão do lazer do trabalhador. Que ele não pode ir na praia, não pode ir no restaurante, mas esquece de debater a doença há partir do trabalho dele. Não leva em conta que o trabalhador tem que pegar ônibus, como ele se comporta no trabalho. Parece que há uma invisibilidade da figura do trabalhador”, questionou Silva.
Participaram da reunião também representantes do Ministério Público e o Dr.Zuher Handar, assessor do Departamento de Saúde da Força Paraná.
Comente esta notícia