Plástico vai pressionar preços dos alimentos
Os preços dos alimentos, que vêm pressionando a inflação desde o início do ano, podem subir ainda mais.
O motivo é a alta do petróleo e, conseqüentemente, de seus derivados, entre eles o polietileno, matéria-prima do plástico.
De acordo com o Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná (Simpep), o polietileno ficou entre 10% e 14% mais caro para a indústria de transformação de embalagens plásticas flexíveis desde o início desse mês. Para agosto, está previsto aumento de mais 10%.
“O plástico é utilizado por praticamente todos os setores da indústria, mas a alta deve atingir principalmente o setor alimentício, que depende das embalagens plásticas. É o caso do arroz, do feijão, sal, açúcar, farinha de trigo, produtos que fazem parte da cesta básica”, apontou Dirceu Galléas, presidente do Simpep. Desde janeiro, os alimentos acumulam alta de quase 22% em Curitiba.
Segundo Galléas, as empresas que não repassarem o reajuste de quase 25% podem colocar a saúde financeira dos negócios em risco. “O setor de transformação já trabalha com uma margem (de lucro) diminuta há muito tempo. Quando há um aumento desses, o repasse tem que ser automático por questão até de sobrevivência”, afirmou.
De acordo com o empresário, o preço do polietileno no mercado internacional passou de US$ 1.650 para US$ 2.200. Segundo ele, a matéria-prima responde por quase 63% dos custos da indústria de material plástico. O restante é dividido entre impostos, salários, energia elétrica.
“Além da alta no preço da matéria-prima, nosso setor sofre com a redução da oferta de resinas, em função de paradas para manutenção e ampliação das centrais petroquímicas. Infelizmente e inevitavelmente teremos que repassar os preços”, reforçou.
Com a alta do barril do petróleo, novos aumentos não estão descartados. “Nossa esperança é que não suba. Mas o aumento de 25% não há nem o que questionar”, apontou. A alta vale para as indústrias de plástico de todo o País, mas Galléas chama a atenção para o setor no Paraná.
“O Paraná é um dos estados mais prejudicados por conta da guerra fiscal. A alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) já baixou de 17% para 12%, mas ainda é muito pouco. Há estados em que o desconto chega a 99%, como na Bahia, Pernambuco, Minas Gerais”, afirmou. A expectativa, segundo ele, é que a reforma tributária acabe com as distorções fiscais.
“Daqui a pouco, não será mais guerra fiscal, mas uma guerra civil.” Para driblar a concorrência, empresas do setor instaladas no Paraná contam com mão-de-obra qualificada e produtos de qualidade, salientou Galléas.
Em todo o Estado há cerca de 500 empresas do setor plástico, que empregam aproximadamente 20 mil pessoas e transformam mais de 300 mil toneladas de resina termoplástica por ano.
Fonte: Paraná Online