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Indústria tem performance melhor que esperado

A performance da indústria brasileira superou as expectativas em julho e atingiu o maior nível desde o aprofundamento da crise financeira em setembro do ano passado. A produção ainda segue bem abaixo do patamar pré-turbulência, mas esse dado confirma a tendência de recuperação prevista pelo mercado para o segundo semestre.

A atividade cresceu 2,2 por cento em julho sobre junho e recuou 9,9 por cento na comparação com julho de 2008, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira.

Analistas consultados pela Reuters esperavam, pela mediana das estimativas, crescimento de 1,3 por cento mês a mês e queda de 10,8 por cento ano a ano.

A queda na comparação anual foi a menor desde abril. A produção ainda segue 10,6 por cento abaixo do patamar recorde atingido em setembro do ano passado, pouco antes de a crise começar a afetar o Brasil.

"O resultado de julho é o melhor mensal desde a crise...", disse a jornalistas Isabella Nunes, responsável pela pesquisa do IBGE. "Os 2,2 por cento de julho superam a média de crescimento no ano de 1,5 por cento (por mês)."

"Até junho, só 2 setores estavam positivos em relação a setembro de 2008 --Bebidas e Perfumaria. A esses, se somaram mais cinco setores que atingiram um nível de crescimento em comparação ao pico da industria geral: Outros químicos, Máquinas para escritório e equipamentos de informática, Farmacêutica, Fumo e Outros de transporte."

O desempenho do mês anterior também ficou melhor que o anteriormente previsto: o IBGE revisou para cima o dado da produção de junho, de alta preliminar de 0,2 por cento para 0,4 por cento sobre maio.

SETORES

Isabella destacou a importância da demanda interna para a recuperação.

Em julho sobre junho, 23 dos 27 setores pesquisados tiveram aumento da produção, com destaque para Máquinas e equipamentos (8,9 por cento), Metalurgia básica (4,5 por cento) e Alimentos (1,9 por cento.

Entre as categorias de uso, na comparação mensal, todos tiveram aumento da produção. Bens de consumo duráveis tiveram a melhor performance (4,6 por cento de avanço), seguidos por Bens intermediários (2,0 por cento), Bens de capital (1,4 por cento) e Bens de consumo semi e não duráveis (1,0 por cento).

"O que a gente percebe é um forte peso dos bens duráveis -- principalmente automóveis, motos e os produtos da linha branca que tiveram uma redaução de IPI, mas também dos não duráves, com destaque para o farmacêutico", disse Isabella.

"Esse aumento da produção de bens finais estimulou o setor intermediário, especialmente o siderúrgico. Houve a ligação de fornos que estavam desligados. O crescimento está sustentado pela maior parte dos setores."

Na comparação com julho de 2008, 23 dos 27 setores registraram contração da produção. Os destaques negativos foram Veículos automotores (-21,5 por cento), Máquinas e equipamentos (-20,2 por cento) e Metalurgia básica (-19,2 por cento).

As quatro categorias de uso tiveram queda. A mais forte veio de Bens de capital, de 23,9 por cento, seguida por Bens intermediários, de 11,6 por cento. A queda em Bens de consumo duráveis foi de 6,7 por cento e em Bens de consumo semi e não duráveis, de 3,2 por cento.

O mercado espera que a produção apresente ao longo do segundo semestre taxas melhores do que no primeiro, mas as quedas na comparação anual devem continuar até o quarto trimestre, fazendo o setor fechar 2009 com retração recorde.

Segundo o IBGE, no ano até julho, a queda acumulada da atividade é de 12,8 por cento, e nos últimos 12 meses é de 8 por cento.

Fonte:Gazeta Online

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