Vendas industriais crescem 2,31% no Paraná
As indústrias paranaenses registraram alta de 2,31% nas vendas em julho em comparação a junho. Apesar de o crescimento ter sido mais modesto que o verificado ao longo do primeiro semestre, a perspectiva é de que o resultado geral de 2011 supere o verificado em 2010, até agora o melhor de toda a série histórica desde 1986. A informação é do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) que divulgou ontem o seu relatório mensal de vendas industriais.
"A atividade industrial continua em expansão, porém a uma velocidade menor que a registrada no primeiro semestre do ano", observa Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep. De acordo com os dados do relatório, o acumulado dos sete primeiros meses do ano é de 7,16%. Até junho, a alta acumulada era de 8,42%. A desaceleração de julho não deve comprometer o desempenho do ano já que historicamente o segundo semestre é o de maior atividade industrial. "Se não se verificarem percalços, a indústria paranaense poderá ter seu melhor nível de vendas em 2011", acredita o economista.
O estudo da Fiep, no entanto, alerta para as evidências da desaceleração no desempenho da indústria. "Os sinais que vem aparecendo não são positivos: o crescimento das vendas e do emprego é cada vez menor em relação ao ano passado", adverte o relatório da Fiep. "Esta desaceleração pode indicar que o crescimento que estamos observando não deve se sustentar por muito tempo", comenta o economista da Fiep, Roberto Zurcher. Segundo ele, esta situação pode se agravar como consequência da crise internacional. "A crise na Europa e nos Estados Unidos ainda não foi superada e por conta disso todos os países emergentes estão diminuindo sua velocidade de crescimento", observa Zurcher.
Automóveis e agricultura — Na avaliação do Departamento Econômico da Fiep, o bom desempenho da atividade industrial nos últimos meses no Paraná está atrelado à agricultura que teve boas safras acompanhadas dos bons preços internacionais das commodities agrícolas produzidas no Estado, o que repercute positivamente em outros setores da economia. E também às vendas do setor automotivo, estimuladas pelo crédito abundante.
No mês de julho, onze dos dezoito gêneros pesquisados tiveram desempenho positivo. Entre eles, dois dos três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense: ‘Veículos Automotores’ (+16,04%) e ‘Refino de Petróleo e Produção de Álcool’ (+3,58%) – ambos por conta de aumento da demanda. ‘Alimentos e Bebidas’ (-2,55%) apresentou resultado negativo em função da sazonalidade do setor. Os maiores aumentos se deram nos gêneros ‘Têxteis’ (+20,91%) – recuperação do setor; o já citado ‘Veículos Automotores’ (+16,04%) e ‘Celulose e Papel’ (+15,45%) – aumento das exportações. Por outro lado, as maiores quedas se registraram em ‘Madeira’ (?16,38%) – queda de demanda; ‘Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos’ (-13,38%) – também redução de demanda; e `Metalúrgica Básica’ (-11,28%) – menor quantidade de encomendas.
No acumulado dos primeiros sete meses deste ano em relação aos de 2010, nove dos dezoito gêneros estão positivos. Os três gêneros que apresentaram maior expansão foram ‘Vestuário’ (+32,40%), ‘Produtos de Metal’ (+24,19%) e ‘Móveis e Indústrias Diversas’ (+14,29%). Por outro lado, nesta base de comparação, os três gêneros com maiores reduções foram ‘Têxteis’ (-33,87%), ‘Edição e Impressão’ (-14,71%) e ‘Material Eletrônico e de Comunicações’ (-11,87%).
Fonte: Bem Paraná