México e Brasil concordam em revisar acordo automotivo
Os negociadores do México e do Brasil concordaram em revisar o acordo do livre comércio de produtos automotivos entre os dois países. A nova proposta coloca limitações para as vendas mexicanas ao Brasil e inclui novos produtos brasileiros no acordo para venda aos mexicanos.
A maneira de se fazer a revisão do acordo atual, porém, não foi definida durante a viagem, a Brasília, dos ministros mexicanos de Relações Exteriores, Patricia Espinoza, e da Economia, Bruno Ferrari.
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Os dois ministros voltaram nesta quarta-feira de madrugada ao México, após reuniões na terça-feira com o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. O governo brasileiro informou, por meio da assessoria do Itamaraty, que as discussões continuam e há perspectiva de um acordo "em breve".
Segundo o jornal Valor apurou, o Brasil quer criar um sistema de cotas de importação com o México, ou incluir, no acordo, um sistema como o que vigora no acordo automotivo com a Argentina, conhecido como "flex", pelo qual o volume de exportações de um país é condicionado pelo total que importa do parceiro.
Os mexicanos já indicaram que aceitam incluir caminhões e outros veículos pesados, que estavam fora do acordo, mas cobraram dos brasileiros uma proposta mais clara sobre o funcionamento do possível sistema de cotas ou flex, e sobre o mecanismo de revisão do regime de normas de origem, que os brasileiros também querem modificar.
As normas de origem do atual acordo permitem uma quantidade maior de peças e partes de terceiros países nos automóveis vendidos pelo México sem tarifa de importação do que se exige entre os membros do Mercosul.
Embora o governo brasileiro exija rapidez na renegociação do acordo automotivo, até ontem (28) não havia apresentado aos mexicanos uma proposta definida sobre como fazer a mudança das normas de origem, que terão grande implicação sobre o processo produtivo das indústrias beneficiadas pelo comércio bilateral.
As negociações continuarão nos próximos dias, à distância, sob a ameaça da presidente Dilma Rousseff de simplesmente cancelar ("denunciar", no jargão diplomático) o acordo que vigora desde 2003.
Fonte: Folha Online