Randon prevê recuperação em 2013
Após encerrar 2012 com faturamento 15,7% menor do que o apurado no ano anterior, para R$ 3,5 bilhões, a Randon, uma das principais fabricantes de implementos rodoviários e que detém 30% deste mercado no Brasil projeta um 2013 mais promissor. A empresa espera aumentar sua receita para R$ 4,1 bilhões este ano, impulsionada principalmente pela alta das vendas esperada para o mercado de caminhões e em consequência, o de implementos.
“2012 foi o pior ano em termos de resultado nos últimos 10 anos”, afirma Alexandre Randon, vice-presidente das Empresas Randon, durante a apresentação do balanço anual realizado em Caxias do Sul (RS) na quinta-feira, 28. Mas coube ao diretor corporativo de relações institucionais e com investidores, Astor Schmitt, apresentar os resultados pouco satisfatórios.
A receita bruta total atingiu os R$ 5,35 bilhões em 2012, queda de 16,2% sobre o ano anterior, quando foram registrados ganhos de R$ 6,38 bilhões. O EBITDA da companhia recuou fortemente, 48,5% entre 2011 e 2012, para R$ 286,6 milhões, afetado pela economia de escala (menor produção), custos fixos e redução de preços. Da receita líquida consolidada, 52% foi gerada pela divisão de implementos e veículos especiais, como caminhões fora de estrada dedicados ao setor de mineração e máquinas de construção (retroescavadeiras). O setor de autopeças, que inclui as marcas Fras-le, Suspensys, Master, Jost e Castertech, anotou participação de 44,9%, enquanto que as operações do Banco Randon representaram 2,3% do faturamento do ano passado. Schmitt elencou os fatores que conduziram às perdas.
“O fraco desempenho da economia nos impactou fortemente e sofremos os efeitos. A transição das tecnologias Euro 3 para Euro 5 foi mais complexa e demorada do que a indústria imaginava: a elevação dos estoques Euro 3, gerados pela espera de uma antecipação de compra durante o início de 2012 – que não houve – fez cair em 40% a produção de caminhões e em 20% a de semirreboques, segmento que teve forte concorrência e redução de preços. Além disso, tivemos constantes mudanças nas regras de financiamento e crédito travado, sem tendência de longo prazo. Acrescenta-se a isso a seca altamente frustrante no início do ano passado, que derrubou os volumes da safra no sul do Brasil, no Paraguai e na Argentina.”
Sobre o lucro líquido, que fechou 2012 em R$ 42,6 milhões, expressiva queda de 84,2% sobre 2011, o executivo comentou: “Apesar de tudo, ainda conseguimos ficar no azul, a saúde a credibilidade da empresa seguem inabaláveis. Prova disso é a nossa liquidez, que segue crescendo: houve aumento de 43% em 2012 sobre o ano anterior, para R$ 2,4 bilhões”, ressaltou Schmitt.
As exportações também recuaram em 2012, 10,3%, para US$ 264 milhões, puxada pelo desempenho do Mercosul, devido às safras ruins na Argentina e Paraguai, além da economia chilena fraca. O bloco econômico, que representava 45% das exportações em 2011, encerrou o ano passado com 32% dos ganhos com as vendas ao exterior. As exportações na região do Nafta permaneceram com participação de 28%, enquanto houve reação de alguns mercados como América Central e do Sul, cuja participação passou de 7% em 2011 para 18% em 2012, e em alguns países da África (Angola, Moçambique e Quênia), cujos ganhos representaram 14% em 2012 contra 11% do ano anterior. Para Schmitt, os ganhos com estes mercados foram quase que uma compensação das perdas registradas no Mercosul.
PERSPECTIVAS
O presidente das Empresas Randon, David Abramo Randon, avaliou que embora o resultado do ano passado tenha cravado números negativos no histórico da companhia, a média de crescimento dos últimos quinze anos foi mantida em 15,6%. “Esperamos manter uma trajetória de crescimento de 10% nos próximos anos”, projeta o executivo.
Randon disse que a empresa está em processo de reavaliação do cronograma de seu novo ciclo de investimento de R$ 2,6 bilhões para o período 2012-2016, anunciado em maio do ano passado. “Talvez possa sérum ano a mais. Vamos planejar se será um ciclo de seis ou sete anos de investimentos”, ponderou.
Boa parte do investimento será aplicada no complexo industrial de Caxias do Sul, onde a empresa concentra 80% de suas operações, mas também contemplará as outras fábricas espalhadas pelo Brasil e no exterior. Em 2012, parte do aporte foi utilizada nas unidades de Chapecó (SC) e nas unidades do exterior: Randon Argentina, Fras-le no Alabama (Estados Unidos) e na China. A nova fábrica de vagões em Araraquara (SP) que consumirá R$ 200 milhões também faz parte do ciclo de investimento.
Randon disse que os investimentos do ano passado somaram R$ 276 milhões, acima do planejado anteriormente, R$ 230 milhões. Ele admitiu que o valor quase excedeu a receita obtida no ano, por isso a necessidade de readequação do cronograma de investimentos.
“Este ano nosso guidance prevê investimentos de R$ 130 milhões”, informa. Ainda sobre 2013, as perspectivas se mostram mais otimistas: a receita bruta aponta para R$ 6 bilhões, com faturamento líquido de R$ 4,1 bilhões. As projeções para importações são de R$ 120 milhões contra os R$ 114 milhões de 2011. Já as exportações devem chegar a US$ 300 milhões e pela primeira vez a empresa integrou as receitas geradas no exterior em seu plano anual, que devem atingir US$ 92 milhões.
“Neste começo de ano já estamos sentindo uma melhora, estamos utilizando 80% da nossa capacidade. As fabricantes falam em aumento de até 25% na produção de caminhões, para algo como 175 mil unidades e a indústria de implementos trabalham com 60 mil unidades. Associando um crescimento econômico, o PIB que deve ser maior que 3%, estimativa de safra recorde e regras claras para financiamentos até o fim deste ano. 2013 promete ser um ano bom.”
Fonte: Automotive Business
“2012 foi o pior ano em termos de resultado nos últimos 10 anos”, afirma Alexandre Randon, vice-presidente das Empresas Randon, durante a apresentação do balanço anual realizado em Caxias do Sul (RS) na quinta-feira, 28. Mas coube ao diretor corporativo de relações institucionais e com investidores, Astor Schmitt, apresentar os resultados pouco satisfatórios.
A receita bruta total atingiu os R$ 5,35 bilhões em 2012, queda de 16,2% sobre o ano anterior, quando foram registrados ganhos de R$ 6,38 bilhões. O EBITDA da companhia recuou fortemente, 48,5% entre 2011 e 2012, para R$ 286,6 milhões, afetado pela economia de escala (menor produção), custos fixos e redução de preços. Da receita líquida consolidada, 52% foi gerada pela divisão de implementos e veículos especiais, como caminhões fora de estrada dedicados ao setor de mineração e máquinas de construção (retroescavadeiras). O setor de autopeças, que inclui as marcas Fras-le, Suspensys, Master, Jost e Castertech, anotou participação de 44,9%, enquanto que as operações do Banco Randon representaram 2,3% do faturamento do ano passado. Schmitt elencou os fatores que conduziram às perdas.
“O fraco desempenho da economia nos impactou fortemente e sofremos os efeitos. A transição das tecnologias Euro 3 para Euro 5 foi mais complexa e demorada do que a indústria imaginava: a elevação dos estoques Euro 3, gerados pela espera de uma antecipação de compra durante o início de 2012 – que não houve – fez cair em 40% a produção de caminhões e em 20% a de semirreboques, segmento que teve forte concorrência e redução de preços. Além disso, tivemos constantes mudanças nas regras de financiamento e crédito travado, sem tendência de longo prazo. Acrescenta-se a isso a seca altamente frustrante no início do ano passado, que derrubou os volumes da safra no sul do Brasil, no Paraguai e na Argentina.”
Sobre o lucro líquido, que fechou 2012 em R$ 42,6 milhões, expressiva queda de 84,2% sobre 2011, o executivo comentou: “Apesar de tudo, ainda conseguimos ficar no azul, a saúde a credibilidade da empresa seguem inabaláveis. Prova disso é a nossa liquidez, que segue crescendo: houve aumento de 43% em 2012 sobre o ano anterior, para R$ 2,4 bilhões”, ressaltou Schmitt.
As exportações também recuaram em 2012, 10,3%, para US$ 264 milhões, puxada pelo desempenho do Mercosul, devido às safras ruins na Argentina e Paraguai, além da economia chilena fraca. O bloco econômico, que representava 45% das exportações em 2011, encerrou o ano passado com 32% dos ganhos com as vendas ao exterior. As exportações na região do Nafta permaneceram com participação de 28%, enquanto houve reação de alguns mercados como América Central e do Sul, cuja participação passou de 7% em 2011 para 18% em 2012, e em alguns países da África (Angola, Moçambique e Quênia), cujos ganhos representaram 14% em 2012 contra 11% do ano anterior. Para Schmitt, os ganhos com estes mercados foram quase que uma compensação das perdas registradas no Mercosul.
PERSPECTIVAS
O presidente das Empresas Randon, David Abramo Randon, avaliou que embora o resultado do ano passado tenha cravado números negativos no histórico da companhia, a média de crescimento dos últimos quinze anos foi mantida em 15,6%. “Esperamos manter uma trajetória de crescimento de 10% nos próximos anos”, projeta o executivo.
Randon disse que a empresa está em processo de reavaliação do cronograma de seu novo ciclo de investimento de R$ 2,6 bilhões para o período 2012-2016, anunciado em maio do ano passado. “Talvez possa sérum ano a mais. Vamos planejar se será um ciclo de seis ou sete anos de investimentos”, ponderou.
Boa parte do investimento será aplicada no complexo industrial de Caxias do Sul, onde a empresa concentra 80% de suas operações, mas também contemplará as outras fábricas espalhadas pelo Brasil e no exterior. Em 2012, parte do aporte foi utilizada nas unidades de Chapecó (SC) e nas unidades do exterior: Randon Argentina, Fras-le no Alabama (Estados Unidos) e na China. A nova fábrica de vagões em Araraquara (SP) que consumirá R$ 200 milhões também faz parte do ciclo de investimento.
Randon disse que os investimentos do ano passado somaram R$ 276 milhões, acima do planejado anteriormente, R$ 230 milhões. Ele admitiu que o valor quase excedeu a receita obtida no ano, por isso a necessidade de readequação do cronograma de investimentos.
“Este ano nosso guidance prevê investimentos de R$ 130 milhões”, informa. Ainda sobre 2013, as perspectivas se mostram mais otimistas: a receita bruta aponta para R$ 6 bilhões, com faturamento líquido de R$ 4,1 bilhões. As projeções para importações são de R$ 120 milhões contra os R$ 114 milhões de 2011. Já as exportações devem chegar a US$ 300 milhões e pela primeira vez a empresa integrou as receitas geradas no exterior em seu plano anual, que devem atingir US$ 92 milhões.
“Neste começo de ano já estamos sentindo uma melhora, estamos utilizando 80% da nossa capacidade. As fabricantes falam em aumento de até 25% na produção de caminhões, para algo como 175 mil unidades e a indústria de implementos trabalham com 60 mil unidades. Associando um crescimento econômico, o PIB que deve ser maior que 3%, estimativa de safra recorde e regras claras para financiamentos até o fim deste ano. 2013 promete ser um ano bom.”
Fonte: Automotive Business