Greves e protestos pipocam no Paraná
Os trabalhadores dos Correios no Paraná decidiram ontem à noite entrar em greve por tempo indeterminado. Eles pedem que a empresa pague um adicional de risco de 30% do salário em caráter definitivo, mas os Correios ofereceram pagamento por apenas dois meses. Estavam acontecendo assembléias em outras quatro cidades do Estado Ponta Grossa, Londrina, Maringá e Cascavel, mas até o fechamento desta edição, ainda não havia definição. Os Correios têm aproximadamente 6 mil trabalhadores no Paraná.
Cerca de 500 pessoas participaram da assembléia em Curitiba. A proposta da empresa foi apresentada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues dos Santos, e foi rejeitada pela maioria. “Aconteceu uma negociação com a empresa em Brasília e eles se comprometeram a manter o pagamento adicional por mais 60 dias. Mas não se comprometeram a regulamentar. Então a proposta não foi aceita”, explicou Santos.
O protesto dos trabalhadores começou com o fim do pagamento do adicional de risco do salário dos carteiros. Eles receberam o abono em caráter emergencial de dezembro até fevereiro. Segundo Santos, a empresa havia se comprometido a pagar em definitivo a partir de março e isto não aconteceu. Além do pagamento adicional pelo risco, os trabalhadores pedem modificações na Participação dos Lucros e Resultados (PLR) da empresa, mais contratações e revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
Quanto à PLR, Santos contou que a empresa se garantiu que vai pagar pelo menos o equivalente a 2007, que foi cerca de R$ 500. A categoria quer que o pagamento da PLR seja linear. Isto é, que todos os funcionários dos mais altos aos mais baixos cargos recebam a mesma coisa. Rodrigues afirma que “isso daria cerca de R$ 900 por ano para cada um e não a média de R$ 200 a R$ 400 que a maioria dos trabalhadores recebe hoje”. Já o PCCS e a contratação de mais trabalhadores fazem parte da pauta salarial, que deve ser negociada até 1º de agosto, data-base da categoria.
Os trabalhadores devem se mobilizar hoje em frente à agência central dos Correios, na rua João Negrão. Santos afirmou que terão sindicalistas em todos os postos e agências pedindo a adesão dos trabalhadores. Hoje deve acontecer nova assembléia para avaliar a adesão da Capital, os resultados do interior e dos outros 33 sindicatos do Brasil. Os Correios, por meio da assessoria de imprensa, informaram que só vão se pronunciar hoje, depois de avaliar o resultado de todas as assembléias realizadas no País. (Fonte: Paraná Online)