Neste 19 de agosto é comemorado o “Dia Mundial da Fotografia”, que tem como objetivo homenagear esta arte e resgatar registros de momentos históricos da humanidade.

Dentro desse universo fotográfico não poderia faltar a luta da classe trabalhadora ao longo dos tempos, para lembrar sempre da coragem, da união e da determinação da força de trabalho que move o mundo. Cada foto é um pedaço vivo da história, um lembrete de que as conquistas de hoje foram construídas com luta e solidariedade.

Movimento sindical

No movimento sindical, a fotografia sempre foi muito mais do que arte: é testemunho e memória. Desde os primeiros registros de greves operárias no final da década de 1970 até as grandes mobilizações mais recentes, ela esteve presente como instrumento de denúncia e de preservação da história. Assembleias lotadas, marchas pelas ruas e greves históricas foram eternizadas pelas lentes de fotógrafos que acompanharam de perto a trajetória da categoria.

A primeira greve do movimento metalúrgico no Brasil, considerada uma das mais importantes do período, ocorreu no ABC Paulista em 1979. Liderada pelo sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, representou um marco decisivo na luta por direitos trabalhistas e pela redemocratização do país durante a ditadura militar.

Metalúrgicos da Grande Curitiba

Assim como no ABC Paulista, Curitiba também construiu sua própria trajetória de resistência. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba esteve e continua presente em momentos decisivos da categoria. Para citar um exemplo recente, entre as inúmeras mobilizações da história centenária da entidade, em 2020, em São José dos Pinhais, a histórica greve dos 747 da Renault, com número alusivo aos trabalhadores demitidos arbitrariamente, desencadeou intensa mobilização e resultou na readmissão dos metalúrgicos. 

A classe operária ao redor do mundo

Nomes como Lewis Hine e Sebastião Salgado mostram como a vida e a luta dos trabalhadores vêm sendo retratadas há décadas. Hine ficou conhecido por fotografar uma das faces do capitalismo selvagem, crianças operárias e trabalhadores de fábricas nos Estados Unidos no início do século XX, denunciando as condições precárias da época. Já Sebastião Salgado acompanhou greves e registrou trabalhadores de minas e indústrias em diferentes continentes, sempre ressaltando a dignidade por trás do esforço humano. Assim como nessas imagens internacionais, os registros dos metalúrgicos da Grande Curitiba contam uma história universal: a do trabalho como eixo da vida em sociedade e, ao mesmo tempo, espaço de desigualdade e resistência.

A fotografia documenta rostos, gestos e bandeiras que, muitas vezes, não aparecem nos grandes meios de comunicação. É por meio dela que conseguimos eternizar momentos históricos, denunciar injustiças e inspirar novas gerações a continuar a luta por direitos.

Foto da matéria:  Junto com trabalhadores de outras categorias, os metalúrgicos da Grande Curitiba se mobilizaram e foram à Brasília em março de 1988 participar da Assembléia Nacional Constituinte (Foto: Imprensa SMC)