Por Cid Cordeiro*

O Brasil registrou em 2021 o seu maior volume de pessoas desempregadas. São  14,3 milhões de brasileiros (as) estavam desempregadas . Esse número era de 12,5 milhões em 2019, passou para 13,2 milhões em 2020 e bateu o recorde em 2021. A previsão é de que haja uma pequena redução em 2022 mas mantendo o patamar de 14 milhões de desempregados, reduzindo para 13,6 milhões em 2023 e só voltando ao patamar pré-pandemia em 2024. 

Esses tristes números e recordes são resultado da Re(De)forma trabalhista, recessão nos 2015/2016 e do ano de 2020 junto com o baixo crescimento do PIB. 

Esses números foram revelados pela Organização Internacional do Trabalho – OIT, que destacou também a deterioração do mercado de trabalho brasileiro. A taxa de emprego temporário que já era alta (22% no 2º trimestre de 2020) passou para 37% no primeiro trimestre de 2021. O emprego informal representou mais de 70% dos empregos criados. Outra notícia preocupante é que tínhamos em 2020 cerca de 27,9 milhões de jovens de 15 a 24 anos que não tinham emprego, estavam fora da sala de aula e não tinham também treinamento profissional,  situação  que compromete o futuro do país e o futuro desses jovens. 

Temos grandes desafios para reduzir o desemprego e a precarização do mercado de trabalho. 2022 será um ano decisivo para isso,  teremos eleição e essa é uma boa hora para cobrarmos dos candidatos propostas que atendam o interesse da classe trabalhadora, que se comprometam com políticas sociais e políticas econômicas que priorizem o crescimento da economia baseado no aumento da renda e consumo das famílias de menor renda,  da classe média e que promovam a redução da desigualdade. 

Esses são os desafios para 2022. A tradição do movimento sindical é de sempre lutar para melhorar a vida do trabalhador, mais do que nunca essa luta será árdua em 2022. 

*Cid Cordeiro Silva é  economista e assessor econômico do SMC