Os trabalhadores da Avibras, em Jacareí (SP), decidiram nesta segunda (11), em assembleia conduzida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, manter a greve que começou na última quarta (6), por tempo indeterminado. A ideia é pressionar a empresa a reintegrar os 420 funcionários que foram demitidos e pagar os salários que estão atrasados.

No domingo (10), foi feito um almoço solidário em frente à fábrica. Os trabalhadores e suas famílias fizeram a ação de forma coletiva, com doações, para chamar a atenção da sociedade, do poder público e da direção da empresa, para a situação dramática que 420 famílias estão vivendo desde o dia 18 de março, quando houve a demissão em massa.

“O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região está com os trabalhadores. Vamos manter a greve até que todos os 420 demitidos voltem aos seus postos de trabalho. Mais de mil pessoas foram afetadas pela decisão unilateral da empresa”, declara Weller Gonçalves, presidente da entidade.

Luta – No dia 3 de abril, o Sindicato conseguiu junto à Justiça do Trabalho, em caráter liminar, o cancelamento das demissões. Mas a Avibras não cumpriu e, até agora, não reintegrou os metalúrgicos. A multa diária pelo descumprimento da ordem é de R$ 100,00 por trabalhador.

A mobilização também é motivada pelo atraso no pagamento dos trabalhadores que seguem na fábrica. Os funcionários deixaram de receber 30% do adiantamento do salário de março.

Reivindicações – Os metalúrgicos reivindicam que a empresa negocie uma alternativa às demissões. A proposta do Sindicato é abertura de layoff ou Programa de Demissão Voluntária, caso se confirme a crise financeira na Avibras. O pedido de recuperação judicial protocolado pela empresa ainda não foi deferido pela Justiça.

“A Avibras demitiu, não negociou com o Sindicato e não quitou as verbas rescisórias. Sendo que, em dezembro do ano passado, pagou um abono de R$ 2,5 milhões para o presidente e o vice. O Sindicato está nessa luta até o final”, afirma Weller Gonçalves.