Encontro das Centrais Sindicais debateu o transporte público e a possibliidade da tarifa zero no transporte público de Curitiba. Mais de 80 cidades pelo Brasil já possuem o benefício

Em debate, realizado nesta sexta-feira (22), a Força Sindical do Paraná e as  demais Centrais Sindicais do estado, forma unânimes em firmar posição de luta pela implantação da tarifa zero no transporte público de Curitiba, uma realidade já presente em mais de 80 municípios brasileiros, segundo apontou o Dieese. Como ação efetiva para alcançar esse objetivo, a Força PR propôs a criação de uma Comissão Permanente de Controle Social do Transporte Público, que seria formada por representantes do poder público e dos trabalhadores. O objetivo seria fiscalizar e debater a formação do  preço da tarifa no transporte da capital. 

A falta de transparência na formação da tarifa foi um dos assuntos mais debatidos. Segundo apontou o Dieese, a planilha de custo do transporte atual é baseado usa uma metodologia ainda do anos 80 que não  leva em conta a evolução das tecnologias como pneu, motor, consumo e nem mesmo a questão da infraestrutura de Curitiba que hoje possui um número de ruas asfaltadas bem superior ao dos anos 80, o que desgasta menos os ônibus coletivos, o que diminui os custos do sistema. Também foi lembrado que os atuais contratos, licitados em 2010, não apresentaram concorrência e foram realizados sob uma chuva de denúncias de irregularidades. A constatação foi que o transporte público da capital está defasado desde os anos 90, num círculos viciosos com aumentos da tarifa acima da inflação e  perda de passageiros. Enfim, falta transparência dos indicadores do sistema e não há um controle social efetivo. O Dieese alertou que o momento de questionar é agora porque os atuais contratos vencem em 2025 e há a possibilidade de serem renovados por mais dez anos. 

“O estudo do Dieese mostra como nossa proposta de formar uma comissão de controle social para fiscalizar e debater o transporte público de Curitiba é extremamente necessária. Quanto mais transparência, mais forte fica a luta pela tarifa zero. Esse é nosso objetivo”, relata o presidente da Força Paraná, Sérgio Butka. 

TARIFA ZERO
A bandeira pela tarifa zero vem ganhando força, Brasil afora. Hoje, já são mais de 80 municípios que implantaram o transporte público gratuito para a população. Ou seja, é uma realidade, prevista, inclusive, no artigo 6º da  Constituição Federal, que determina o transporte como um direito básico e fundamental do cidadão.  Para isso, durante o encontro, foram apontados formas de subsídio para tornar possível o transporte gratuito viável, entre eles, a utilização do IPVA, a arrecadação com as multas de trânsito, do Estar e da parte do vale transporte que já é mantida pelas empresas na relação capital-trabalho. Outra alternativa apontada foi a redução de um ponto percentual na taxa de juros do Brasil, o que,  segundo os palestrantes, significa uma economia de R$ 100 bilhões no pagamento da dívida pública, dinheiro que poderia subsidiar o transporte gratuito em todo o país. 

Ainda segundo apresentado no encontro, os benefícios que a tarifa zero trariam seria a redução da poluição, a diminuição do fluxo de trânsito e a melhoria de renda da população mais vulnerável. 

Junto com  as Centrais  participaram do encontro, o deputado federal Tadeu Veneri, os deputados estaduais Luiz Claudio Romanelli e Goura, os vereadores da capital paranaense, Herivelto Oliveira, Professora Josete, Giorgia Prates  e Marcos Vieira, além de representantes de várias outras organizações da sociedade civil. 

AUDIÊNCIA NA ALEP NO DIA 09 DE OUTUBRO 
A luta pela tarifa zero continua! Além de conversar com os vereadores que ainda se encontram indecisos em relação ao tema, no próximo dia 09 de outubro está convocada a realização de uma audiência pública para acontecer na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). 

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