“O que se entendia era que um cego não poderia ser juiz”, diz Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, desembargador do TRT ao SMC News Inclusão
O SMC News Inclusão entrevistou o desembargador Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, 64 anos, em seu escritório no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª(TRT-PR), no dia 1.º de novembro. Primeiro membro cego do Ministério Público do Trabalho, o magistrado revelou, ao longo do diálogo com a imprensa do SMC, sua longa trajetória de superação.
Ricardo enfrentou uma série de barreiras na vida, não só em razão da deficiência, mas também sociais. Como ele diz, “a deficiência existirá com a combinação dos impedimentos das pessoas com as barreiras que a sociedade impõe.”
Prova disso é que, já magistrado, com graduação em direto na USP, e concorrendo a uma vaga no Tribunal de São Paulo, foi impedido de realizar a avaliação classificatória por conta do preconceito com sua deficiência. “O que se entendia, naqueles anos de 1990, era que um cego não poderia ser juiz”, conta o magistrado. Mas Ricardo não recuou, e provou o contrário. Tornou-se juiz e, depois, integrante do Ministério Público do Trabalho, onde auxiliou o Congresso Nacional a elaborar a Lei do Jovem Aprendiz (Lei 10.097/2000).
Além disso, a convite do governo brasileiro, entrou em 2006 para a equipe da ONU como assessor técnico da delegação brasileira. Lá, colaborou na redação da Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU. Hoje, atua como desembargador no Tribunal Regional do Trabalho(TRT).
Confira a entrevista completa com Ricardo Tadeu Marques da Fonseca no vídeo abaixo!
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