Luta dos trabalhadores por mais saúde e segurança na fábrica permanece. Nova assembleia acontece nesta quarta (12), na troca de turno, às 14h

Os trabalhadores da Renault e da Horse, localizadas em São José dos Pinhais, reprovaram,  em  assembleia, na tarde desta terça-feira (11),  nova proposta da empresa e decidiram paralisar as atividades por um dia em protesto contra as dificuldades de negociação impostas pela montadora. A reivindicação dos trabalhadores é por mais segurança no local de trabalho e pela contratação de mais 300 trabalhadores para suprir a linha de produção.  Devido ao ritmo intenso de trabalho e a falta de empregados absenteístas, que substituem os funcionários na linha de produção, há denúncias de trabalhadores que tem que ficar esperando até 40 minutos para poderem ir ao banheiro. Outra reivindicação se refere ao índice de engajamento do trabalhador na linha de produção que está em 95%, ou seja, dentro do processo de trabalho, o trabalhador tem apenas 5% de tempo para dar “uma respirada” ou ir ao banheiro. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC)  cobra que a empresa baixe esse índice para 85% ou menos.

“Os trabalhadores estão unidos e determinados na luta por um local de trabalho saudável e seguro e, novamente, deram esse recado para a Renault em alto e bom som. Simplesmente não dá para entender a postura da montadora em querer dificultar as negociações, preferindo levar prejuízo do que atender as legitimas reivindicações dos trabalhadores”, diz o presidente do SMC, Sérgio Butka. 

PARALISAÇÃO ATÉ AMANHÃ (12\06)
A paralisação dos trabalhadores durará até a tarde desta quarta-feira, dia 12\06, quando nova assembleia está marcada para acontecer, às 14h, para definir os rumos do movimento.

PROPOSTA REPROVADA
Na proposta reprovada, a Renault oferecia a contratação de mais 70 trabalhadores e a criação de um cronograma para revisão da ergonomia nos postos de trabalho. 

Além da pauta social, os metalúrgicos também reprovaram a pauta financeira, relativa à data base e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para 2024 e 2025. Na proposta constava: 

2024
- REAJUSTE SALARIAL baseado na inflação dos últimos 12 meses (INPC) mais 0,5% de aumento real;
- PLR no valor de R$ 25 mil para 100% das metas, sendo o valor da primeira parcela de R$ 18 mil. 
- REAJUSTE DO VALE ALIMENTAÇÃO de R$ 1.040,00 para R$ 1.300,00

2025
Correção do INPC para o reajuste salarial, PLR e vale mercado: 

29 DIAS DE GREVE 
A luta dos trabalhadores por mais saúde e segurança iniciou no começo do ano com a apresentação da reivindicação dos metalúrgicos exigindo a contratação de mais empregados devido a ritmo intenso de trabalho e a falta de trabalhadores absenteístas. No dia 7 de maio, os trabalhadores entraram em greve. Após 29 dias, no dia 4 de junho, dando uma carta de confiança para a empresa, que se comprometeu a negociar uma proposta condizente com as reivindicações dos metalúrgicos, os trabalhadores resolveram suspender a greve e voltar as atividades. Porém, hoje, novamente cruzaram os braços contra a má vontade da montadora em atender suas reivindicações. Com a greve, a Renault deixou de produzir cerca de 15 mil veículos. 

RENAULT/HORSE
A fábrica da Renault possui cerca de 5 mil trabalhadores (3.500 da produção e 1.500 administrativos) em dois turnos. Os modelos produzidos são a OROCH, MASTER, KARDIAN SUV, KWID E A DUSTER. A produção diária da fábrica atualmente é de cerca de 800 veículos por dia. A fábrica tem capacidade máxima para produzir cerca de 1.380 veículos\dia.

Já a fábrica da Horse, que produz os motores da Renault, possui cerca de 600 trabalhadores, fabrica atualmente 900 motores\dia.