O dia 21 de setembro marca a importância da inclusão e dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil. Instituída pela Lei nº 11.133/2005, a data busca conscientizar sobre o respeito à diversidade e a luta pela acessibilidade. No mercado de trabalho, sobretudo nas linhas de produção, a inserção plena ainda é um desafio. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) reforça sua luta em defesa desses trabalhadores, valorizando iniciativas que ampliem oportunidades e reconhecimento.

Desde 1991, o Brasil conta com a Lei de Cotas (nº 8.213/1991), um dos principais instrumentos de garantia dos direitos das pessoas com deficiência (PcDs). A norma obriga empresas com 100 ou mais funcionários a reservar de 2% a 5% de suas vagas para esse público. Apesar dos avanços, a inclusão não pode se limitar à lei, é preciso combater a discriminação e garantir acessibilidade para que os direitos sejam efetivos.

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba tem transformado o discurso em prática quando o tema é inclusão. Além de já ter promovido seminários sobre trabalho e acessibilidade, a entidade garante intérpretes de Libras em eventos e assembleias, assegurando participação plena de todos os trabalhadores. Na base do sindicato, empresas como Bosch, CNH, Renault e Volvo já contam com pessoas com deficiência em seus quadros, reforçando a importância de ampliar espaços e oportunidades.

Histórias de vida que reforçam a luta do SMC pela inclusão

O diretor do SMC, Edson Antônio dos Anjos, que têm deficiência física, afirma: “Todos nós somos capazes de conquistar o nosso espaço, mas precisamos de oportunidade, de um olhar diferente, que respeite nossa capacidade, nossas condições técnicas e o ambiente de trabalho. Isso é possível, e é isso que significa valorização, reconhecimento e também inclusão. O sindicato, ao longo do tempo, vem trabalhando nisso. De alguns anos para cá, temos buscado preparar melhor os diretores e os funcionários, além de garantir um ambiente acessível, onde todos compreendam as dificuldades das pessoas com deficiência.”   

Para José Claro Melo, delegado de fábrica do SMC na Volvo, com deficiência visual, a luta é coletiva: "A empresa se adaptou, eu me adaptei, e tudo deu certo. Ser uma empresa mais inclusiva e acessível trouxe avanços na diversidade, na inclusão e na acessibilidade. Com o tempo, o sindicato passou a atuar fortemente, abrindo portas para todos os tipos de deficiência. Hoje, como deficiente visual e membro do sindicato, fico muito satisfeito em fazer parte desse trabalho, defendendo a pauta do deficiente visual e dos PCDs.”

A diretoria do SMC conta também com a importante participação do delegado sindical na Bosch, Everton Machado, que em breve contribuirá com depoimento para esta matéria.

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência reforça que a inclusão vai além da legislação, trata-se de garantir respeito, valorização e dignidade no ambiente de trabalho. Para o SMC, essa luta é permanente, construir um mercado mais justo e acessível é construir uma sociedade mais igualitária.