CENTRAIS SINDICAIS DO PARANÁ EMITEM NOTA DE REPÚDIO AO USO ABUSIVO DA POLÍCIA MILITAR PARA INTIMIDAR TRABALHADORES
As Centrais Sindicais do Paraná emitiram nota de repúdio ao uso abusivo da Polícia Militar para intimidar trabalhadores e interferir nas negociações por melhoria salarial dos metalúrgicos da Grande Curitiba. Nas últimas três semanas, tem se tornado ostensivo o grande número de viaturas, camburões e policiais nas assembleias, em porta de fábrica, dos trabalhadores das empresas da Cidade Industrial de Curitiba. Na nota, as Centrais deixam claro que a função da polícia é proteger e defender a sociedade e não agir como seguranças privados das empresas.
CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA:
NOTA DE REPÚDIO DAS CENTRAIS SINDICAIS PARANAENSES
As Centrais Sindicais tornam público seu repúdio a ação da Polícia Militar do Paraná e da Guarda Municipal de Curitiba, nas recentes manifestações populares e em ações contra a luta dos trabalhadores por melhores salários e condições de trabalho.
É inadmissível que estas forças de segurança tratem com violência e intimidação o direito dos paranaenses de se manifestarem pacificamente. Essa é uma garantia presente na nossa Constituição. E mais grave, a Polícia Militar tem sido seletiva nessa violência. A Constituição Federal, em seu artigo 144, atribui às polícias militares (PMs) o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública. Isso significa que seu papel é fiscalizar e coibir atividades ilícitas, prevenindo crimes e fazendo com que os indivíduos respeitem a Lei. O objetivo dessa definição constitucional busca aumentar a sensação de segurança na sociedade.
Neste sentido, a ação da PM não encontra guarida na Lei, no momento que tenta coibir manifestações pacíficas que protestam contra a corrupção, contra uma política econômica nefasta, responsável pelo aumento da pobreza e da miséria em nosso País e em nosso estado. Atualmente, 41% da população brasileira, ou 84,9 milhões de pessoas, convivem com fome ou algum grau de insegurança alimentar. Não cabe a ela impedir que os paranaenses protestem contra o desemprego, a inflação alta, contra o descaso do governo federal em relação a pandemia, contra as queimadas que estão acabando com nossas florestas. Não cabe a estas forças de segurança censurar a luta da sociedade para a construção de um país melhor, democrático e justo. Não é a PM que tem a função de dizer à sociedade aquilo pelo que deve ou não protestar.
A luta legítima e necessária dos trabalhadores por reajuste salarial e melhores condições de trabalho, também tem sido alvo das ações da PM. Inclusive, recentemente vem interferindo nas atividades sindicais e no direito de participação dos trabalhadores, podendo ser considerada como uma conduta antissindical. Assumindo uma postura em defesa do capital, tem causado constrangimento em assembleias de trabalhadores e em manifestações. A mais recente e ostensiva ocorreu contra os metalúrgicos da Grande Curitiba. PMs cercando as empresas e constrangendo trabalhadores. Agindo como se fossem seguranças privados das empresas. O governo do estado e a prefeitura de Curitiba precisam dar uma resposta clara aos paranaenses, tomando providências, cumprindo com sua obrigação da defesa dos direitos dos cidadãos.
- CSB-PR – Central do Sindicatos Brasileiros
- CSP CONLUTAS-PR - Central Sindical e Popular
- CTB-PR - Central de Trabalhadoras e Trabalhadores
- CUT-PR - Central Única dos Trabalhadores
- FORÇA SINDICAL-PR - Força Sindical
- INTERSINDICAL CCT-PR - Intersindical Central da Classe Trabalhadores
- INTERSINDICAL IL-PR - Intersindical Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
- NCST-PR - Nova Central Sindical dos Trabalhadores
- PÚBLICA-PR - Pública Central Sindical do Servidor
- UGT-PR - União Geral dos Trabalhadores
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